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sábado, 8 de agosto de 2020

ANÚNCIOS De quando a mulher era destratada nos reclames



O destrato - e essa é a palavra que cai bem - com que a figura feminina tem recebido do homem, chega a ser algo abusivo. Mas já foi pior. Anúncios do passado mostram o tom desrespeitoso com que as agências pontuavam textos e imagens nas quais fica evidente esse aspecto, beirando a misoginia dos criadores de anúncio.  

No artigo "Unfair Trade" (Comércio Desleal), a revista digital 'The OutLine', revisita as conhecidas revoluções políticas, econômicas e culturais que inauguraram a modernidade capitalista, "nas quais se deve adicionar uma quarta: uma revolução farmacológica, que começou inocentemente com uma variedade de substâncias estranhas - café, chá, chocolate - e culminou em um regime regulatório multibilionário, responsável por adaptar os sujeitos às suas alienantes condições de existência. Esqueça “o ópio do povo”: as drogas reais fizeram e estão fazendo mais para sustentar um sistema cada vez mais deslegitimado do que qualquer mera ideologia.

Sem dúvida, a característica mais perturbadora do novo mundo da propaganda corporativa de café era a misoginia muito direta, quase comicamente exagerada de nossa perspectiva atual. As letras pequenas de “Homem! Não deixe chegar a este ponto!” O anúncio reproduzido aqui diz: “A casa de um homem é seu castelo! Você tem direito a um bom café em sua casa, e sua esposa tem o dever de servi-lo. Não seja a vítima de uma mesquinhez feminina!” 

"Chase e Sanborn foram ainda mais diretos em sua campanha “Se seu marido algum dia descobrir”. Anos depois, Alecia Swasy descobriu que a Proctor & Gamble estava empurrando conscientemente os limites de "quão feios e agressivos [eles] poderiam ser nos anúncios", tendo conduzido pesquisas que demonstraram que "as mulheres 'aceitariam como razoáveis ​​todos os tipos de abuso' em anúncios, porque muitos deles ouviram em casa".



domingo, 23 de fevereiro de 2014

Já somos metade-humana, metade máquina

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jason Um artigo assinado por Gabriela Gonzales, no blog ALT 1040, revela como num tempo relativamente curto nos tornamos a geração mais dependente das máquinas e muito menos de nossos próprios sentidos e instintos. Na avaliação geral de nossa dependência tecnológica, podemos afirmar que somos uma sociedade metade-humana, metade máquina. 

Há pouco tempo era possível se guardar de memória os números dos telefones dos nossos amigos e familiares; hoje, deletamos toda essa memória, porque transferimos para os celulares essa função. 

Quando uma pessoa se mudava para uma nova cidade, rapidamente sabia trafegar por ela porque induzíamos a nossa memória a esse aprendizado. Hoje, o Google Maps nos facilita e, pouco a pouco, vamos estreitando os espaços de nossa memorização. 

“Nós nos adaptamos tanto as comodidades e serviços que nos fornecem a tecnologia que, basicamente, aprendemos apenas a nos defender”, narra Gabriela em seu artigo “Mitad humano, mitad máquina: ¿qué tan inútiles somos sin nuestros gadgets?”. 

E ela relaciona alguns sinais claros do quanto dependemos da tecnologia. 

* Pessoas estão sendo jogadas no mar com seu veículo, pois o GPS disse-lhe para continuar por 500 metros. 
* Ninguém se lembra de um número de telefone. 
* Se você esquecer seu smartphone dá-lhe um ataque de ansiedade que pode levar ao pânico. 
* Se o sinal de Internet cai, o trabalho está acabado.
* Quando você se move por uma nova cidade, leva seis meses de moradia mas não se lembra da direção, porque só utiliza o Google Maps. 

“Os computadores se tornaram uma espécie de expansão da memória de nosso cérebro [...]; mente alternativa, que só não estará disponível se não houver uma tomada e uma conexão WiFi”.

domingo, 8 de setembro de 2013

JORNALISMO. O estudante deve saber

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O professor de Jornalismo inglês, James Breiner, tem um ótimo artigo sobre "O que o estudante de Jornalismo deve saber", para entender as mudanças do meio em relação a quem deseja atuar no mercado. Eu compilei o texto na íntegra (clique no final) e pinço, aqui, algumas considerações importantes. 

Ele diz que o bom jornalista deve ter:

* Habilidades de contar histórias multimídia. Produzir slideshows com som, filmagem e edição de vídeo e fotos, escrever para a web .
*
Dados estatísticos e habilidades para contar histórias. Coleta, edição, análise e interpretação de dados para a produção de mapas interativos atraentes e gráficos.
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Desenvolvimento de competências de audiência (anteriormente conhecido como marketing e circulação), tais como gerenciamento de comunidades on-line, interpretação de dados sobre o comportamento do público, para obter informações, interagindo com o público .
*
Noções básicas de programação. Como criar páginas interessantes que atraiam o público da web.
*
O negócio da mídia. Jornalistas podem ajudar uma organização de notícias a gerar receitas sem comprometer sua ética e hoje essa habilidade é mais importante do que nunca.

domingo, 21 de julho de 2013

ARTIGO. A dispersão do ouvinte de rádio

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O rádio da fala e da música em Fortaleza está em sobressalto. Os números da audiência mostram tendência gradativa de queda. Tanto o AM quanto o FM. 

Uma avaliação das últimas pesquisas do IBOPE, realizadas ao longo de seis meses e divulgadas em seu site, mostra que isso vem se aprofundando mais ainda..

No trimestre de novembro de 2012 a janeiro de 2013, o IBOPE registrava que as emissoras de rádio AM de Fortaleza tinham um total de 20,67% de ouvintes. Esse número cairia para 20,53% em fevereiro e 20,26% em março. Em abril, nova queda; agora para 20,26. Em maio reduziu-se para 19,98%.

A mesma situação incômoda diz respeito, também, em relação às emissoras FM. No período de dezembro do ano passado a abril deste ano, a audiência das FMs da capital cearense decresceu de 18,17 (em dezembro) para 17,66 na tabela trimestral de fevereiro a abril..

Essa perda de ouvintes não deve ser explicada apenas pela dispersão de público para os novos meios eletrônicos - como as redes sociais, MP3, etc -, mas, principalmente, pela pouca criatividade que se dá ao veículo rádio. 

A maioria das emissoras, tanto AM e FM, permanece distante da realidade desses tempos. Alguns modelos de programação estagnaram; parecem destinados a público de 30 ou 40 anos atrás. Não mudou. Há casos de emissoras que venderam sua grade para religiões, durante 24 horas. Outras alugaram horários a desinformados.

Na verdade, o grosso das emissoras se satisfaz em cumprir horário, á que se interessam somente em fazer o trivial "arroz com feijão". 

Esses números deviam servir de alerta aos dirigentes, já que os profissionais que estão na titularidade, nem sempre somos chamados a interferir na grade programacional.

domingo, 23 de dezembro de 2012

NATAL. As manjedouras dos nossos corações



Um rio de luzes circunavega as ruas das cidades. É a decoração de Natal, anunciando a Luz do mundo. O advento do Cristo vem confirmar o anúncio de profetas de que as sombras da ignorância humana seriam dissipadas de vez com o seu nascimento. 

É de luz que se forja a usina da vida na Terra. A própria criação deve a Suprema Bondade o indicativo de "Fiat Lux" para a formação do universo. Tempos depois, a sarça luminosa conduzia por Moisés o protótipo dos atuais 'tablets' orientando a Lei dos Homens com os mandamentos. 

A luminosa presença do Cristo na noite feliz de Belém era o início de uma época nova, cujo mestre incendiaria os corações ao dizer que somos a luz do mundo. "Que brilhe a vossa Luz'. 

O tempo passou, o homem buscou na criatividade novos caminhos. Gutemberg sagraria no fogo dos linotipos a aurora da palavra escrita. E foi o evangelho o primeiro fruto dessa fonte de luz. 

Hoje, dois mil anos de sua passagem pela vida física, o Cristo renasce a cada Natal. Que neste aniversário possamos lhe oferecer como presente os nossos corações como manjedouras. Para que neles se faça a Luz do amor, da amizade, da justiça e do bem - sementes para serem colhidas em etapas novas durante o ano que vai nascer. 

Texto de Nonato Albuquerque®

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

EDITORIAL. O novo sempre vem já dizia Bel

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Se você escolheu qualquer profissão nessa área de mídia, então prepare-se. Mesmo com o diploma na mão, esses novos tempos exigem contínua re-qualificação. Ninguém está completo ao sair da faculdade. Todo santo dia surge uma novidade - ainda hoje passei para o Emílio Moreno, as cinco novidades para os próximos cinco anos da IBM. Algo simplesmente maravilhoso que vai projetar os sentidos humanos nas descobertas mais recentes da Tecnologia. 

Por isso, nada de ficar parado - arranjou trabalho, agora pronto se acha feito na vida!... desista desse tipo de pensamento. Ninguém hoje aprende uma só profissão. É preciso ser, no mínimo, multimídia. Isso vale tanto para o jornalismo impresso, quanto para as outras mídias que se renovam a cada segundo. 

Por isso, com esses meninos do Câmera 12 - que topam tudo, fazem tudo e ousam de tudo - eu, também, estou aprendendo a me renovar sempre. É da natureza humana. Ninguém está pronto. Nunca. Estaremos sempre aprendendo. Afinal, mesmo que essa vida física termine, há outros campos de conhecimento para se desenvolver. Por isso, mermão, mãos à obra. Estudar. Aprender. Trabalhar. 

Como é que o Belchior cantava? "O novo sempre vem". 

Estamos no limiar de um novo ano; mas muito mais importante é lembrar que estamos no portal de uma nova era. Que a profecia maia seja o divisor deste tempo. Que venha a primavera que a Terra almeja há tanto tempo. Que seja o fim dessa madrugada de provações e surja logo a aurora de um novo dia. Feito, principalmnente, da luz nova que abarca os homens de vontade firme de mudanças. E elas, por serem contínuas, continuarão vindo... 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

NATAL. Corações manjedouras

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Jesus, amigo:


As cidades em rumorosa festa celebram o teu Natal. Em meio ao ruído das ruas e ao brilho manifesto das decorações natalinas, registradoras multiplicam os lucros de seus donos. Vendedores aflitos se desdobram para atender ao público. Crianças rezam pela conveniência de um brinquedo. Adultos alimentam a esperança de uma lembrança qualquer. Nem que parta de um desconhecido amigo.

Nas ruas e avenidas do mundo, um rio de gente navega outra vez o barco da esperança. Todos direcionam seu leme para o mar de ofertas que se alojam pelas vitrines. Tudo é brilho! Tudo é luz! Tudo é festa. E no coração dessa celebração, no entanto, abandonamos-te, de forma incompreensível e sem a menor elegância.

Em nenhuma das peças onde teu Natal se manifesta, se ouve teu nome. Nenhuma das vozes na tevê ou no rádio revela o menor sinal de tua presença. Mesmo onde tudo lembra teu aniversário, a figura de um outro homenageado tomou a frente das homenagens. E, em meio a ela, o sonho das crianças se generaliza.

Mesmo com o aniversariante deslocado desse tempo, o rio de pessoas circunavega as vitrines; dá voltas em quarteirões repletos; serpenteia avenidas decoradas, como se achasse tudo isso o oceano da mais completa tranqüilidade. Só o saber ser teu coração tão generoso, para compreender esse inusitado esquecimento.

É que, tu Jesus, te contentas simplesmente em figurar na invisibilidade de um segundo plano, deixando que a generosa força do Amor magnifique e prevaleça em tudo o seu selo. E imponha, em todas as almas ensimesmadas de Luz, a marca de teus gestos mais virtuosos. Por isso, ser o Natal a época de pessoas tão amáveis, como se o espírito da festa incorporasse ao cotidiano de todas elas.

Permita amigo, que os corações devotados ao Bem se transformem em manjedouras de Luz para receber a tua irradiada presença. E que eles recolham com a prática do Amor, a tua ascensional virtude. Permita mestre, que esses corações renovados pela Fé acolham a divina Esperança que és, buscando na escola terrena materializar-se como exemplo... uma vez seguinte.

Texto de Nonato Albuquerque

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

EFEMÉRIDES. Hoje é o dia do radialista

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Radialista é aquele... 

... que faz do rádio não apenas o seu ganha-pão, mas o pão de sua fome de informação. 

... que no exercício do fazer-rádio, desconhece paixões partidárias, sejam futebolísticas, religiosas ou políticas. 

... que não valoriza a quantidade de ouvintes que tem (audiência), mas prioriza a qualidade dos que lhe acompanham. 

... que, sobre qualquer assunto, busca se informar cada vez mais, lendo tudo, vendo tudo e, principalmente, respeitando tudo. 

... que se atualiza, diária e continuamente, a fim de ser presente em (toda e qualquer) futura discussão. 

... que busca valorizar o veículo-rádio bem mais do que o seu próprio umbigo. 

... que nutre pelo rádio amor, porque afinal paixão é algo passageiro e mais para os lados da emoção do que da razão. 

... que não diz ser a profissão uma cachaça, pois o fazer-rádio não é vício; sim, uma virtude. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

REDES SOCIAIS. O maior palanque eleitoral

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Nunca as redes sociais foram tão mobilizadas quanto neste segundo turno em Fortaleza. Como escreveu a jornalista  Ana Cesaltina Barbosa Marques, da Faculdade 7 de setembro: "Nestas eleições municipais, está sendo possível acompanhar debates entre usuários de sites de redes sociais. Há aqueles que defendem a candidatura A ou B, há quem faça campanha pelo voto nulo. Assim interagem candidatos, militantes partidários, líderes de opinião e cidadãos. Independente da orientação do eleitor, o valor da prática está no exercício de cidadania. Sabe-se que o debate livre é a base da ação política".

"Por outro lado, há também excessos. Muitos se queixam da enxurrada de propaganda que chega às suas páginas pessoais, dificultando o acesso a outras informações. Se a legislação atual prevê punição para as candidaturas que poluem visualmente as cidades, nos sistemas de redes sociais cabe ao próprio usuário varrer o lixo eleitoral de seu perfil. Há quem exclua “amigos” que façam divulgação excessiva de materiais de campanhas. A situação piora diante da circulação de boatos e mentiras, quando essas ferramentas passam a servir à desinformação. Desse modo, perdem todos, candidatos e eleitores". 

Leia o ARTIGO COMPLETO

domingo, 7 de outubro de 2012

CELEBRIDADE. Joaquim, sinônimo esperança

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Se você anoitece o domingo entristecido porque seu candidato foi derrotado, achando com isso que não adianta priorizar expectativas positivas em relação à mudanças políticas, creia: nem tudo está perdido. 

O mar que enlameia a carreira de alguns políticos sem escrúpulos, não representa o enorme oceano de luz que edificam alguns nomes importantes que chegam ao Poder através de outras vias. 

Falo do ministro Joaquim Barbosa, do STF, relator do mensalão. Ele tem dado exemplo raro de como alguns homens de bem se comportam. 

Capa desta semana da revista Veja, Joaquim Barbosa é "o menino pobre que mudou o Brasil". Não li ainda a reportagem, mas concordo que a escolha de seu nome vem em boa hora, em que o País nutre os efeitos de uma revisada em torno daqueles que não sabem respeitar o voto cidadão. 

Joaquim Barbosa é o brasileiro que, no mínimo, nos dá esperança de que o País tem jeito. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Agora, Airton Monte mora na sabedoria do ser

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O poeta nos deixou. Airton Monte. Um cara. Ou melhor, o cara. Dele, a simpatia do sorriso com que escondia o 'médico de loucos' com que se diplomara. Mas ele era antes de tudo, um escritor. Um doutor da crônica. Um mestre do esmero no diagnosticar as causas de nossa realidade, parecendo viver entre o descanso da rede e as paredes do ambulatório. Pois nesse meio tempo, escrevia crônicas. Escrevia. Porque fosse prosa, fosse verso, Airton era um monte de construções literárias, num texto que levava o leitor a imaginar-se ali ao seu lado, numa conversa que só amigos mais afeiçoados, como Rogaciano Leite Filho, costumavam ter com ele. 

Gostava de Airton como gosto de mim. Essa é a melhor definição de alguém por alguém. Pela (humana) alma franciscana que é, pela liberdade de associar-se a temas tantos em seus relatos diários naquele canto de página do segundo caderno de O Povo. Airton era vida. E arte. 

Pois Airton mudou de endereço. Deixou o físico marcado pelas consequências da boemia, mas saiu de cena como todo bom artista que sabe distinguir o luminoso do sombrio, o perfeito do que ainda não o é, mas nunca se preocupava com a própria saúde. Como médico, diasgnosticava almas e aconselhava a se cuidar de mentes e corações para que a liberdade de existir fosse caminho de luz na fluidez da Vida. Ele, porém, parecia viver num planeta distanciado desse nosso mundinho de questiúnculas e partidarismos, elevando sua alma, todo santo dia, nas linhas que escrevia da máquina de datilografia, que ainda guardava paixão. 

Airton não se foi, como pensam os materialistas; mudou-se, como dizemos nós, espiritualistas de boa vontade e que, por acreditarmos que nada morre, tudo se transforma, perdemos a roupagem física e iniciamos o caminho de volta à pátria do espírito. 

Airton, desde ontem, mora na sabedoria do Ser. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

JORNALISTA. Adísia Sá no Jangadeiroonline

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E a professora Adísia Sá, que escreve às terças na página quatro de Opinião de O Povo e participa toda manhã do Grande Jornal na Povo-CBN, agora escreve também no Portal Jangadeiro online. É dela o comentário "Candidatos mostram a cara", onde analisa a campanha política dos candidatos com vista ao pleito municipal.


domingo, 8 de julho de 2012

LEITURAS. Míriam Leitão e o jornal de papel

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O jornal vai morrer. É a ameaça mais constante dos especialistas. E essa nem é uma profecia nova. Há anos a frase é repetida. Jornais desaparecem em vários países, tiragens diminuem, redações emagrecem. O tempo que o leitor, em média, fica diante de um exemplar encurta. Experiências são feitas para atrair leitores na era da comunicação nervosa, rápida, multicolorida, performática. Mas o que é o jornal? Onde mora seu encanto?
O que é sedutor no jornal é ser ele mesmo e nenhum outro formato de comunicação de ideias, histórias, imagens e notícias. No tempo das muitas mídias, o que precisa ser entendido é que cada um tem um espaço, um jeito, uma personalidade. O pior erro que se pode cometer é um meio negar sua própria natureza e tentar ser outro dos muitos seres que povoam esse mundo, seres que agora se multiplicam.
É intenso o mundo da comunicação de hoje e não permite muitos erros. Trabalha-se num meio mutante e desafiador. Quando surge uma nova mídia, há sempre os que a apresentam como tendência irreversível, modeladora do futuro inevitável e fatal. Depois se descobre que nada é substituído e o novo se agrega ao mesmo conjunto de seres através dos quais nos comunicamos.

sábado, 19 de maio de 2012

CLAYTON. Epidemia boa de charge

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DENGUE REVELA INCOMPETÊNCIA SOCIAL 

Por Antonio Mourão Cavalcante*

As manchetes dos jornais voltam a ser ocupadas pela dengue. No Ceará, o mosquito vence a inteligência humana. Claro que não estamos falando de uma patologia enigmática, sem cura e prognóstico mortal, mas de um trivial mosquito que inocula um vírus e o estrago está feito. 

sábado, 24 de março de 2012

CHICO ANYSIO. Li, gostei e repasso procês

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Comediante simboliza um ciclo que chega ao fim
Humor popular brasileiro perde terreno para o postiço "stand-up"
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
FOLHA DE SÃO PAULO

A morte de Chico Anysio simboliza o encerramento de um ciclo áureo do que se poderia chamar, a exemplo da MPB, de HPB -o humor popular brasileiro.
Com dotes de ator e capacidade prodigiosa de criar tipos, Chico Anysio foi, na arte de fazer rir, como um Dias Gomes na dramaturgia, um Braguinha na marchinha carnavalesca ou um Jorge Amado na literatura -todos artífices daquele universo cultural "nacional popular" que deu rosto ao Brasil em preto e branco, o país tragicômico do populismo e também da ditadura.
Sua atividade estendeu-se da era do rádio e da chanchada aos tempos de glória da Rede Globo, onde se consagrou em escala nacional, com programas como "Chico Anysio Show".
Antes de chegar à Globo, em 1969, pelas mãos de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, já havia passado por outras emissoras e emplacado na TV Rio, em finais dos anos 1950, um de seus mais queridos personagens, o professor Raimundo.
Sua extensa galeria de tipos, que superou duas centenas, reuniu figuras de todos os cantos do país -nordestinos, sulinos, cariocas, urbanos, suburbanos e rurais. Do malandro Azambuja ao coronel Limoeiro, passando pelos extraordinários Tavares e Alberto Roberto, Chico fazia humor com personagens que você "conhecia", gente a quem dava vida de maneira muitas vezes assombrosa.
Restam poucos talentos vinculados ao tipo de humor que Chico Anysio representou, popular sem ser popularesco, politicamente incorreto sem precisar ser imbecil e gratuitamente ofensivo.
É verdade que nem sempre foi possível manter a qualidade em seus programas semanais na TV. E sua projeção na Globo tornou-se em alguns momentos um obstáculo para a renovação.
Já vai se esmaecendo, de todo modo, aquele Brasil que lhe serviu de matéria-prima e cenário. E não deixa de ser sintomático que seu desaparecimento -e o de outros cômicos de sua geração- coincida com a ascensão de um tipo postiço, colonizado e sem graça de humorismo, o tal do "stand-up comedy".

segunda-feira, 12 de março de 2012

RÁDIO. De Saturno e dos filhos imprudentes

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Leitor do GENTE DE MÍDIA, Franco Rodrigues de Lima, da Itaoca, nos envia e-mail narrando um fato interessante. Ele diz ter ouvido um locutor de emissora de Fortaleza, solicitar aos ouvintes informações de locais onde se acham instalados radares móveis. E ele pergunta se consideramos isso certo.

Honestamente, essa é uma atitude politicamente incorreta, muito embora se pretenda com a divulgação evitar que o proprietário de um veículo venha a ser multado por excesso de velocidade. A intenção é fazer frente ao Estado que só pune ao invés de educar o cidadão, assemelhando-se ao mito de Saturno que devora seus próprios filhos.   

Sob todos os aspectos, a gente sabe que os radares não estão ali para servir de freio a nenhum guiador com excesso de velocidade, pelo contrário. A instalação deles em pontos estratégicos de grande tráfego, ao contrário de inibir, buscam mesmo é azeitar ainda mais a máquina arrecadadora das multas. 

O rádio, como veículo de informação e formação da opinião pública, tem o dever de orientar a população no sentido de não transgredir a lei. Defendê-lo sim, mas não diante de um erro. Quem só anda no limite enquanto está sendo monitorado por um fotossensor ou um radar móvel, no mínimo, infringe uma norma de conduta que tem muito a ver com a própria segurança pessoal.

Divulgar por divulgar os locais dos radares, evita que o ouvinte de rádio seja multado no seu ato de dirigir; mas e o processo educativo dos filhos de Saturno continua estacionado sem movimentar-se um só milímetro. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

ARTIGO. Para quem vai beber hoje à noite

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Márcia Paulino, leitora do GENTE DE MÍDIA, me solicita republicar um artigo meu que escrevi no ANTENA PARANÓICA sobre a questão do alcoolismo. Na ocasião eu li no programa de rádio da AM DO POVO. 
"
[...] ouvi no seu progama de radio pela Am do povo. uma especie de parabola sobre o alcolismo, que me lembro somente que se tratava se nao me engano, de uma " conversa do diabo com homem," a proposito do ato de embriagar- se. por favor nao e que voce gentilmente poderia procurar no seu bau, das recordacoes e publicar no seu blog? gostaria muito de (dessa vez ) ler, pois participo de um grupo de alcolicos anonimo e penso que seria de ajuda fazer uma reflexão atraves dessas cronicas, mesmo que muitas vezes nao necessariamente real.
9 de março de 2012 14:09 "

A lenda do santo demonio
Nonato Albuquerque
 

Já disseram que aquilo de bêbado num tem dono, mas nem por isso os papudinhos largam a garrafa. Nem com a gota da mulesta eles param de beber. Largar do vicio, ih, é difícil! Quando isso acontece, dizem os mais encalacrados, ex-pinguço deixa de BB e se matricula no AA. "Puro retrocesso escolar", argumentam com uma ponta de sarcasmo.

Pouca gente, porém, conhece a origem do alcoolismo entre as pessoas e o pacto firmado pelo diabo com o bicho-homem ainda nos tempos da criação do mundo.


Conta-se que Deus queria saber como andava sua obra. E anunciou uma festa no céu para todos os seres vivos. Todos os bichos podiam entrar, menos o anjo Lúcifer que andara aprontando das suas e fora banido do condomínio celestial. Quando soube dessa proibição, o diabo ficou com o cão nos couros. Jurou que iria à festa de qualquer maneira e se vingaria de Deus atraindo para as suas hostes, a melhor das suas criaturas. Pegou o "cãolendário´, informou-se sobre o dia, hora e lugar e, deu uma infernal gargalhada, ao saber que se tratava de uma festa à fantasia.


- Festa à fantasia! Uau!" Tá como o diabo gosta.


Sem que precisasse esquentar muito os miolos, teve uma idéia... como díriamos? Diabólica! Pensou: qual é a maneira mais fácil e sensata de se entrar no céu? É o individuo se tornar um santo. Dito e feito. Lúcifer vestiu uma mortalha branca, botou uma auréola de arame na cabeça, calçou uns ´cãochutes´ novos, encenou um ar de santidade e se mandou.


Passou direitinho por São Pedro, que estava no maior ronco na portaria e nem notou a entrada do demônio.


É bom dizer que das profundezas, o cão - ou melhor, o santo - conduzia um frasco com um pouco de "água ardente" e uma tocha acêsa na ponta com uma brasa retirada dos infernos.


Lá, ele ofereceu isso a todos os convivas. Nenhum bicho aceitou. O passarinho, previdente, se negou a beber daquela água. A caipora também desculpou-se, embora tivesse adorado tragar a essência da chama acêsa. Interessado em proclamar sua vingança, o diabo deu de cara com o bicho-homem, que na festa se vangloriava ser a mais inteligente das criaturas, e que aceitou beber todo aquele vaporoso líquido. Bebeu e bebeu e bebeu até cair de quatro, enquanto Lúcifer aproveitava-se para firmar com ele um pacto demoniaco.

Dali em diante, toda vez que alguém da sua linha de sucessão provasse da água ardente trazida por ele dos quintos, bastava evocá-lo com um pequeno e simples gesto que ele, prontamente, atenderia a qualquer convocação. 

Dizem que é por isso que, até hoje, em qualquer botequim de beira de rua, tem sempre alguém derramando no pé do balcão a primeira dose dirigida ao santo. Que na verdade apenas se passara por ele.  

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MÚSICA. A centenária canção de aniversário


A famosa "Happy Birthday to You " ou "Parabéns Pra você", está completando oficialmente 100 anos neste 2012. É que só em 1912 ela surgiu pela primeira vez na imprensa sem que se soubesse a autoria. Hoje em dia, ela é a música mais cantada, segundo o 'Guiness'. Há 50 anos, Marilyn Monroe fez um registro marcante ao cantá-la para o 'mr. president' Kennedy.



A canção originalmente chama-se em inglês 'Bom Dia a Todos'. Foi escrita por Mildred e Patty Colina Hill em 1893 e foi uma simples canção de saudação ao início das aulas.

"Bom dia a vocês
bom dia a vocês,
bom dia queridos filhos,
bom dia a todos"
(letra original)

Letra e melodia como "Happy Birthday to You" apareceriam em musicais, rádio, cinema, quando a terceira irmã Hill, Jessica, processou, ganhou e comprovou as semelhanças entre esta versão e a de suas irmãs

O blogueiro Javier Sanz, em Historia de La Historia, conta que a propriedade dos direitos autorais das irmãs Hill, expiraram aos 28 anos. No entanto, devido a sucessivas mudanças na lei de direitos autorais nos EUA, o 'copyright' não expira até 2030 . Depois de várias vendas, fusões e outros truques, hoje os direitos pertencem à Time Warner Corporação (direitos que registrou US $ 2 milhões por ano).

Uma curiosidade: nos EUA, não tem problema uma pessoa cantar na privacidade do lar essa música; mas se estiver cantando em um restaurante e o restaurante não tiver chegado a um acordo com o ECAD de lá - a ASCAP (Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores ... American SGAE), aí estará cometendo um crime contra direitos autorais.

ORIGINAL

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL. As manjedouras de nossos corações


Um rio de luzes circunavega as ruas das cidades. É a decoração de Natal, anunciando a Luz do mundo. O advento do Cristo vem confirmar o anúncio de profetas de que as sombras da ignorância humana seriam dissipadas de vez com o seu nascimento. 

É de luz que se forja a usina da vida na Terra. A própria criação deve a Suprema Bondade o indicativo de "Fiat Lux" para a formação do universo. Tempos depois, a sarça luminosa conduzia por Moisés o protótipo dos atuais 'tablets' orientando a Lei dos Homens com os mandamentos. 

A luminosa presença do Cristo na noite feliz de Belém era o início de uma época nova, cujo mestre incendiaria os corações ao dizer que somos a luz do mundo. "Que brilhe a vossa Luz'. 

O tempo passou, o homem buscou na criatividade novos caminhos. Gutemberg sagraria no fogo dos linotipos a aurora da palavra escrita. E foi o evangelho o primeiro fruto dessa fonte de luz. 

Hoje, dois mil anos de sua passagem pela vida física, o Cristo renasce a cada Natal. Que neste aniversário possamos lhe oferecer como presente os nossos corações como manjedouras. Para que neles se faça a Luz do amor, da amizade, da justiça e do bem - sementes para serem colhidas em etapas novas durante o ano que vai nascer. 

sábado, 12 de novembro de 2011

DR. MOURÃO: Droga, problema de todos


A sociedade continua muito preocupada com o problema das drogas. A mídia destaca em suas páginas a clamorosa situação. A violência se manifesta pelo abuso do consumo e suas consequências físicas e psíquicas. E, igualmente, pela violência que suscita o tráfico. A briga de traficantes, querendo ocupar territórios de vendas e o acintoso ajustamento de contas – condenados à morte - os consumidores em débito. Forma-se esse caldo de violência, com um cortejo de medo, dor e desilusão das famílias atingidas. O que fazer?

Até hoje, as políticas mais exitosas – em todo o mundo - foram aquelas que focaram o problema em termos de prevenção. Não nego a necessidade da repressão, nem o apoio através de uma rede de tratamento. São políticas complementares, enxugando o prejuízo. E, deixem-me dizer mais, o tratamento raramente deve consistir em internação. Aliás, qualquer que seja a abordagem, os resultados são decepcionantes.

Voltemos à prevenção. Os trabalhos mais proveitosos deveriam ser voltados para dois pontos essenciais: fortalecimento da família, melhoria da educação. Os pais precisam ser mais valorizados e – somente – a família é capaz de conseguir algum resultado. O Estado não pode, jamais, substituir o papel de um pai e uma mãe. E, a escola é uma caricatura se não se faz em tempo integral. Lugar de menino é em casa ou na escola.

Agora, todas estas questões precisam ser tocadas como prioridades. Nada é tão importante quanto investir maciçamente em educação. Há que convocar a todos – esforço nacional – para que as famílias sejam ajudadas e as escolas funcionem como escolas. Nada é mais prioridade que formar nossa juventude dentro de princípios e valores democráticos, de solidariedade, honestidade e justiça.

Puxe esse assunto em seu condomínio. Discuta esse tema no bairro onde você mora. Na escola onde seus filhos estudam. Na igreja que você frequenta. Mobilizemos nossa cidade.

Chegou a hora de arregaçar as mangas. Silenciar é ser cúmplice.

Antonio Mourão Cavalcante - a_mourao@hotmail.com
Médico, antropólogo e professor universitário
Artugo publicado no O POVO de hoje