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sábado, 19 de maio de 2012

CLAYTON. Epidemia boa de charge

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DENGUE REVELA INCOMPETÊNCIA SOCIAL 

Por Antonio Mourão Cavalcante*

As manchetes dos jornais voltam a ser ocupadas pela dengue. No Ceará, o mosquito vence a inteligência humana. Claro que não estamos falando de uma patologia enigmática, sem cura e prognóstico mortal, mas de um trivial mosquito que inocula um vírus e o estrago está feito. 


A doença escancara a falência da suposta rede construída em proteção à saúde da população. Apesar de ser algo previsto, nada é feito de forma antecipada. Parece que somos totalmente surpreendidos. Nada estaria sendo previsto. Essa multidão lotando os postos de saúde e a carência de medicamentos elementares acontecem como se fosse algo inusitado. Nem mesmo uma mobilização social, através dos meios de comunicação, está sendo usada. Agora é propaganda direta, unicamente vislumbrando as próximas eleições. Não se passa informações, mas um proselitismo vagabundo. 

Em sentido mais amplo, essa situação evidencia a falência do sistema de saneamento público. Aliás, ano passado, baseado em dados do Ministério das Cidades, Fortaleza tinha caído da quinta posição (2003) em saneamento público para a 32ª posição (2009). As consequências foram imediatas. 

A reação dos dirigentes públicos é de atordoamento. Fecham-se numa defesa corporativista, em promessas evasivas e concretamente não propõem absolutamente nada. O momento exige um grande mutirão social. Precisamos mobilizar todas as forças possíveis. O estado atual, agravado – obviamente – por outras infecções oportunistas (pulmonares, intestinais, clínicas em geral), necessita de uma intervenção maior do que entrevistas evasivas. Mutirão para recolher o lixo que compromete a saúde. A cidade está imunda. Liberação da taxa de pagamento da água por determinado período e região/bairros ou até mesmo a distribuição de água potável à população mais carente, instalação de postos de atendimento de urgência, provisórios (tipo militar), nas áreas mais carentes e necessitadas. 

Enfim, coisas concretas. Pontuais. De socorro. Que o cidadão pudesse sentir o envolvimento do poder público de forma objetiva. Com respostas precisas. Não há tempo a perder. 

*Antonio Mourão Cavalcante, do blog do autor

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