Senhora da palavra. Nada mais justo para justificar quem em essência, parece cumprir com determinação na Terra o 'fazer luz', que biblicamente se leu. Assim vejo Adísia em vida e no texto da talentosa Regina Ribeiro.
Se os que de longe a admiram, praticamente lhes devotam afeto, imagine quem viveu aluno na sala de aula, quem chance tem de conviver com ela diariamente no rádio -, esse veículo que a materializou aos ouvidos do grande povo. Esse povo que, sábio, se nutre dos comentários, das críticas, das opiniões, dos artigos, da força de sua palavra.
Nunca ouvi de Adísia, uma fatia de reclamação sobre isso ou aquilo de sua pessoa. Nunca fala no singular. E quando pluraliza o verbo, refere-se a "nós, jornalistas", "nós, professores", "nós, educadores", "nós, cidadãos" ou "nós, povo" que o sentimento das grandes almas só se sublima quando esquecem o ego e abraçam o todo.
O jornal O Povo
começou a homenageá-la hoje. Pelos seus 80 anos. E nós, alunos, jornalistas, admiradores, fiéis da palavra dessa senhora - a quem, vez em quando, eu chamo de 'menina Adísia' - recebemos dela, todos os dias, o presente de sua voz. De seu verbo. De sua indignação. Ou de sua admiração pelo rádio, a quem ela estima tanto. E a quem concedeu ética e dignidade com a sua presença.