.
O fazer rádio, hoje em dia, é uma coisa interessante. Nos sábados, domingos e feriados, quando se imagina tenhamos mais público à disposição de sintonizar emissoras, é quando menos as empresas se preocupam em dinamizar sua programação. Em sua maioria, as rádios funcionam à semelhança do serviço público. Pernas pro ar, que ninguém é de ferro, perdendo uma grande oportunidade de atrair clientes.
Tente telefonar num sábado, à tarde principalmente, e você vai verificar que não funcionam a produção, as reportagens externas e até o contato com a telefonista se faz difícil, porque tudo funciona como se obedecesse ao calendário inglês.
Pois, macaco velho nessa atividade, eu sempre percebi que é maior a presença de ouvintes, em busca de informação, entretenimento ou música em dias que o público tem mais folga do trabalho. Esperava-se que a programação não se prendesse apenas ao 'piloto automático', mas que se disponibilizasse 'gente ao vivo' para dinamizar ainda mais a frequência. A direção de certas emissoras, ao contrário, viaja na contramão dessa percepção e dá folga a todos, deixando apenas o pessoal interino.
Com isso, o público vai se desinteressando do 'sem fio', adotando novas alternativas, fugindo do rádio, que mesmo em matéria de música já não atrai como antes. A maior parte do ouvinte de FMs dos segmentos musicais, se mudou de armas e bagagens para o MP3, efetuando a dieta musical de sua preferência - para fugir à ditadura dos programadores presos ao ditame das gravadoras.
Com isso, o rádio vai sendo fragilizado, quando poderia ser ótima opção para os fins de semana em termos de serviço. Pois é quando se tem mais ouvintes e até mais gente para se conversar, o que não ocorre durante a semana em que os entrevistados têm ocupações.
É algo que sempre discuto com meus botões...