Pelo que conheço do Paulo Oliveira, ele não deve ter tido descanso desde que seu nome foi anunciado pelo senador Tasso para compor com Marcos Cals a chapa do PSDB ao governo nas próximas eleições. Irreverente e brincalhão ao microfone, Paulo é pisciano; mede muito cada passo que vai dar. Interesse político, ele o tem; mas, inteligente, não é de embarcar em qualquer marola que possa levar seu barco a pique.
Ao tomar conhecimento pelo portal Verdes Mares de sua desistência - anunciada em primeira mão ao jornalista Tom Barros, uma espécie de guru do próprio radialista -, já se sabia que, dificilmente, Paulo consegue viver longe do microfone. Ele é um 'workaholic', aqueles indivíduos que adoram trabalhar. Pelo que sei, nunca tirou férias no atual emprego.
A família, evidentemente, deve ter pesado na decisão. A figura da esposa exerce uma grande influência na vida desse profissional que, há mais de 20 anos, atua num dos horários de maior audiência do rádio e o faz com a mesma vitalidade de quando começou na Dragão do Mar.
Se a presença de seu nome na chapa com o ex-secretário de Justiça seria capaz de repetir o fenômeno de audiência que ele tem na vida profissonal, só o tempo seria capaz de responder. Mas diante do candidato Cid Gomes, o partido ao qual Paulo é filiado (o PSDB), teria que fazer um esforço hercúleo para superar a distância que o outro competidor já registra na corrida ao palácio Iracema.
Essa desistência, provavelmente, será escarnecida por alguns integrantes do seu partido e que viam no nome do radialista a possibilidade de deixar o limbo a que se vê exposto desde os tempos de FHC. Na verdade, Paulo age com a sabedoria de quem mede consequências e que, neste momento, só se deixa levar mesmo é pelo canto da sereia do logo da empresa à qual está bem vinculado.
Domingo é dia de futebol. E o Brasil, na copa, vai buscar melhorar a performance. Caso contrário, vamos ficar na (de)pendência de resultados alheios, como a França e a Nigéria já estão. 
