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Olha que ideia curiosa: São Paulo está alugando ruas. A prefeitura promove a revitalização de logradouros - aquela troca de pisos nas calçadas como acontece em Fortaleza nas ruas beneficiadas pelo Transfor - enquanto as associações de moradores andam à cata de patrocinadores a fim de cobrir as despesas com eventos e manutenção. Em ocasiões como essa da Copa ou no Carnaval e Natal, alguém precisa bancar a ornamentação. E é aí que entram esses "benditos comerciais".
O projeto já existe na rua Avanhandava, segundo leio na revista da Folha. Lá, o grupo empresarial Santander patrocina um bom trecho. É bom que se diga que é ele concentra seis de suas lojas. Pois agora, o luxuoso bairro Itaim Bibi busca quem patrocine a área onde se concentram grandes restaurantes. Já estão disputando as vagas a Porto Seguro, Audi e HSBC.
A ideia é concentrar cinco bons patrocinadores que permitam a associação arrecadar em torno de R$ 50 mil mensais, o que dá por ano cerca de R$ 2 milhões. Esse dinheiro é para ornamentação em datas temáticas e a cobertura com despesas de manutenção dos logradouros do bairro.
Em contrapartida, os patrocinadores têm direito a ações de marketing que vão desde o transporte de clientes em vans, estacionamentos gratuitos, além da exposição de seus produtos como se propõe a Audi, já que o bairro tem o perfil de cliente que interessa a empresa.
Agora você deve estar se perguntando, até onde a Prefeitura permite esse tipo de ação que favorece a grupos privados. Pois bem, todo projeto tem que respeitar as leis e precisa ser aprovado pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana, responsável pela fiscalização do código de posturas.
Embora considere que isso retira do executivo a responsabilidade que tem em devolver benefícios pelo que já pagamos em impostos, mas dentro da lógica de mercado - e em SP, isso funciona -, uma mão lava a outra. E as duas, pelo jeito, tiram o que há de melhor proveito.