Termina hoje, em Salt Lake City, nos
Estados Unidos, a 73ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa
(SIP). A entidade reúne editores e proprietários dos principais jornais das
Américas, é respeitada por promover debates e práticas que aperfeiçoam o
exercício e a gestão do jornalismo no continente. O encontro foi iniciado na
sexta-feira, 27, e um dos principais painéis tratou do jornalismo diante das
fake news.
As falsas notícias são disseminadas
intencionalmente no mundo digital exatamente para forjar acontecimentos ou
reputações. Têm sido um temor para quem dirige ou atua nas plataformas de
informação. Influenciaram - ou teriam mesmo decidido? - a eleição surpreendente
do empresário Donald Trump como presidente norte-americano. O episódio Trump
deu projeção internacional ao termo pós-verdade, que só acredita no que lhe
seja útil.
A degradação da profissão de político é inquestionável. Guardadas as devidas exceções, o que se tem visto é a falta de compostura, o incontrolável despudor com a causa pública, a insana vocação por ser corrompido e corromper, além da ausência de caráter, prestígio, confiabilidade, respeito e ética, com que muitos carreiristas políticos se socorrem para continuar atrelados ao emprego. Nessa época de campanha, em que uma vez seguinte vão ao rádio e a tv mendigarem o voto cidadão, eles mais parecem atores ensaiando um papel que, na prática, não conseguem discernir com objetividade.
Talvez, por isso, a Política seja disputada hoje em dia por indivíduos que, visivelmente, não passam nenhum indício de confiabilidade e que se debatam como hienas famintas disputando o voto da carcaça-cidadã, como caricaturiza o chargista Clayton.
O editorial de O Povo, ao lado, diagnostica o que todos já sabemos e que só eles, os políticos, não conseguem ver por conta de sua miopia sócio-política.
Durante os jogos da Eurocopa 2012, que terminam esta semana, a palavra-chave dominante era 'respeito'. Em toda parte nos estádios, ela sobressaía. E como estamos necessitados da força desse substantivo. Hoje eu vi na tv, um senhor vender gato por lebre. Explico: um professor de Geografia exibiu uma senhora simples, passando-se por médium. Os seguidores da doutrina Espírita sentimo-nos insultados.
Forçando a barra aos limites do improvável, anunciou sem nenhuma vergonha ter combinado com Chico Xavier para que ele se apresentasse no palco da TV Diário. "Conversei com ele; trocamos ideias", gabou-se.
Como espíritas, compreendemos a existência do fenômeno intramundos; mas, pela seriedade que é a doutrina kardecista, também distinguimos muito facilmente os embusteiros de plantão que grassam interessados em busca de fama.
O senhor Peixoto há muito atrai refletores de desavisados para sua pessoa. Está pouco interessado na seriedade das pesquisas científicas. Mais em ser, o foco das atenções. Já transitou por diversas áreas. Em todas, dizendo-se especialista.
Usou a pretensa aparição da virgem na serra do Baturité, uma fraude desmentida pela própria Igreja Católica. Procurou a produção de programas de tv, interessado na temática dos discos voadores. Mostrou vídeos pouco confiáveis, a ponto do sério Centro de Pesquisas Ufológicas do Ceará, alertar-nos pela falta de credibilidade de suas pesquisas. Nos últimos tempos, gaba-se do papel de pesquisador de fenômenos paranormais.
A mulher que se prestou a esse papel, coitada, mais parecia marionete no jogo manipulado pelo professor. Usando expressões não condizentes com o conhecimento espírita - "na próxima reencarnação" -, ela simplesmente traía-se numa mistificação do espírito do médium Xavier.
O entrevistador Ênio Carlos, de quem tenho acompanhado com atenção sua carreira, perdeu a chance de questionar. Deixar no ar o 'benefício da dúvida', como diz o poeta Ferreira Gullar. Pelo contrário, passou tudo como se verdadeiro fosse. Nesse terreno pantanoso, isenção é o mínimo exigido de qualquer comunicador. Não o desmentido, mas o interesse em manter-se equidistante, deixando ao público o julgamento de que se tratava de algo verdadeiro ou de uma farsa. Do jeito que foi conduzida a entrevista, o professor logrou a ele e a todos nós.
É incrível como ainda tem profissional de rádio que, para conseguir manter patrocínio em seus horários, se vê obrigado a se derreter todinho em elogios aos clientes como se fosse um favor a difusão da própria mensagem. Há os que colocam a voz do dono da peça publicitária na programação, os que citam os nomes em meio aos anúncios e aqueles que não podem passar um só dia sem elogiar e mandar um alô aos patrocinadores.
Imagem: William Tordu
Na verdade, parece faltar a esses radialistas compreensão e bom senso de entender que essa é uma relação comercial, num processo de troca e venda entre duas partes, onde cada uma tem o seu valor específico. O dono ganha anunciando; o rádio tem seu valor como anunciante.
A explicação que encontro para essa deformação, talvez esteja na herança cultural colonialista que não larga o nosso pé. Sempre achamos que a oferta de um serviço nosso, quando reconhecida nesse jogo de troca da mídia radiofônica, seja 'coisa de outro mundo'. Como se anunciar num horário fosse algo extraordinário e, por isso mesmo, todo essa clara demonstração de submissão.
O patrocinador é importante. Importantíssimo. Mas o rádio também o é. E quando não se tem esse entendimento, tiramos o seu valor. É preciso impor respeito a ele e acabar com essa intimidação que só revela tibieza de quem assim age, além de provocar demérito para o próprio veículo.
O editorial de O Povo deste domingo não deixa nenhuma dúvida: o resultado da pesquisa organizada pelo portal Mobilize Brasil surpreendeu a todos nós fortalezenses. Como as calçadas de Fortaleza estão entre as 10 melhores do mundo, se os que vivem na cidade temos uma visão menos exitosa do que a revelada pelo 'ranking'. O pedestre sofre para caminhar sobre elas. É fácil confirmar que as calçadas estão tomadas por camelôs, mercadorias de lojas e todo tipo de coisa que transforma o centro num verdadeiro mercado persa. Em boa hora, o editorial do jornal discute a necessidade de uma revisão da pesquisa.
Em nosso programa de rádio na Povo-CBN, fizemos comentário a respeito do fechamento dos cinemas do Dragão do Mar, aproveitando a citação feita no Editorial de O Povo. O Márcio da Escóssia, que é assessor de Comunicação e Marketing do IACC, nos envia nota explicativa:
"A partir de maio começa uma
nova etapa para as salas de cinema do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura -
CDMAC. Como é do conhecimento de todos a parceria com o Unibanco, hoje Banco
Itaú, termina no último dia 30 de abril. Foram quase treze anos de trabalho
conjunto que tornou as salas referência para os cinéfilos de Fortaleza.
Assume a gestão do cinema uma
equipe comandada por João Soares Neto: empreendedor, intelectual, amante
e conhecedor da sétima arte. A nova gestão se compromete a manter a mesma linha
de programação que consagrou as salas de exibição. Reafirmamos que, em momento
nenhum, a oferta de programação será suspensa. Os reparos que serão realizados
no local não vão impedir o uso e oacesso às
salas de exibição. Acompanhe a nossa programação nos veículos de comunicação
da cidade. Aproveite e divirta-se. Cinema é conhecimento, o
conhecimento integra a cultura".
Ao longo de 9 mil posts [ completados com este texto ], alimentamos muitas ideias, colocando à mesa as informações na medida certa. A cada prato uma receita de sucesso e a cada garfada, um intuito só: o de continuar produzindo o que aprendi mais na vida, comunicar. Para isso, completei minha formação na UFC como jornalista.
Muita gente que nos acompanha, indaga o porquê de termos aos poucos neste blog, iniciado uma dieta do noticiário local do rádio e da TV - prato originalmente responsável pela criação deste espaço blogueiro. A resposta mais simples que encontramos é que alguns comensais do nosso blog GENTE DE MÍDIA adoram digerir 'gossips', fofocas que não contribuem com a dimensão de nosso exercício profissional. Outros, parecem não saber digerir bem quando não se fala de algo que não seja elogios a eles mesmos. .
Cada um que vem a essa mesa de informações, tem interesse maior em consumir elogios. Nosso intuito é interagir com informações desse universo fantástico, em especial sobre as novas mídias que estão cada vez mais dominando a vida de todos nós.
Até mesmo na sobremesa dos comentários, há os que ainda confundem nosso diário pessoal, fonte de reflexões minhas, com uma salada sem substância para o paladar deles. Por respeitar uma linha de trabalho, o blog se reserva ao direito a não servir esse tipo de cardápio, a fim de não criar gorduras indesejáveis no relacionamento com todos.
Esperamos ir mais longe; ultrapassar a conta do que for possível, enquanto a divina sabedoria permitir que aqui estagiemos. Boa digestão nesta sopa de letras que fala de tudo que está ligado à mídia. E QUE NÃO VAI ACABAR, Marcellus!
O rádio AM no Brasil é de uma força impressionante. Mas anda (meio) desprestigiado. À exceção de emissoras que adotaram a faixa da seletividade e deram prioridade ao conteúdo-jornalístico, as demais pouco (ou nada) acrescentaram ao histórico do veículo na atualidade. Pelo contrário. Falta ao rádio cearense, novidades em termos de criatividade. Promoções que o credenciem ao seu merecido lugar.
O número crescente de receptores desligados era algo para preocupar os donatários de concessões. E como o faturamento de muitas resvala o fundo do poço, haja alugar horários para grupos evangélicos sem nenhum critério, de olho mais no bolso de seus líderes do que pensar na importância do veículo.
Mesmo algumas estações que adotaram a informação como base programacional, andam desgastadas. Caso de toda a rede Clube de Rádio. Simplesmente, ela deteriourou-se no País. E acabou. Em Fortaleza, a velha PRE-9 simplesmente anulou-se ainda mais, depois de jogar no lixo seus programas e dispensar mais da metade de seu pessoal.
Já a Rádio Assunção, que adotou a programação e até a identificação da Globo, anda vivenciando dificuldades. Tomo conhecimento que o arrendatário da emissora, Vicente Luis, acaba de entregar de volta a administração da emissora ao deputado Moésio Loyola.
"Depois de quatro meses, o assessor de deputado, pediu arrego. Não aguentou as dificuldades e o alto custo do pessoal", conta-me uma fonte - o que só vem confirmar que, sem investimentos, sem nenhuma campanha que o promova, além de um visível desleixo por parte de certos proprietários, resta ao rádio AM sustentar-se no 'feijão com arroz' que a maioria das emissoras oferece como se fosse tudo. No ar como qualquer paraquedista, mas com o receio de que o paraquedas estivesse prestes a não abrir.
Fui instigado por um leitor a responder se os novos profissionais que saem dos cursos de Comunicação Social, aqui no Ceará, têm alguma relação mais íntima com a leitura e o fazer jornalístico. Confesso que tenho convivido com muitos deles, advindos das últimas gerações e tenho percebido em alguns, talento e criatividade para crescerem; porém, em outros, uma certa indolência em querer se informar mais e ser melhor.
Não é só o ensino formal, a formação acadêmica, que consegue dar o ponto ideal desses jovens que estão acabando de sair do forno. Elas são necessárias para o conhecimento das técnicas e o poder de conscientização para a qual se obrigam os formandos. Escolas com formação de nível de qualidade, existem. A da UFC e a da Unifor são exemplos. Contudo, volto a insistir: esse meio profissional não está acabado, concluído. Ele se renova e se refaz a cada dia. Novos conhecimentos surgem a partir de novas descobertas. Há uma reciclagem constante. Portanto, ninguém está devidamente preparado, pronto.
Tenho acompanhado o trabalho de jovens repórteres nos jornais. Vejo o crescimento de quem busca o jornalismo impresso. Seria desnecessário citar nomes para não ser injusto com outros. Eles estão aí, no dia-a-dia. Mostrando a própria evolução da mídia escrita, a renovar-se constantemente, com o auxílio deles.
Quando se vai para algumas editorias da reportagem televisiva ou rádio-esportiva, em muitos casos há um distanciamento na maneira do buscar a melhor forma de traduzir um fato, sem comprometer-se com adjetivações indevidas; nem tampouco advérbios que acabam revelando a falta de conexão do texto. E a impressão que deixam é de que lhes falta leitura - um jornalista, no mínimo, tem obrigação de ler mais de um jornal ou ver mais de um telejornal para fazer comparações com seu próprio trabalho.
Nesse meio, sabe-se de casos de maus profissionais, que se acham acima do bem e do mal e se melindram diante de uma crítica positiva, em busca de aperfeiçoar o seu fazer jornalístico. São aqueles que, sem humildade, não sabem aprender; sem compromisso, não desejam ser corregidos e, sem vocação, estão de passagem numa atividade que, muito bem, pode se tornar bastante fugaz para aqueles que não tem o menor talento. E somem tão rápido quanto surgiram.
O vídeo é de autoria de Graeme Taylor; o texto é nosso
Já notaram como a estação do tempo assemelha-se muito a um desses locais de embarque de passageiros? Uma gare de trem ou um terminal de linhas aéreas. Neles, vidas se entrecruzam. Gente que chega e gente que sai. Cada uma leva emoções que se diferenciam. Os que se despedem carregam emoções marcadas por uma saudade secreta; os que chegam trazem consigo a esperança de renovadas venturas. Pois a mudança final do calendário humano é, mais ou menos, assim.
O ano que nos deixa, leva os momentos bons que vivenciamos, marcados pela alegria e bem estar. Na outra ponta, histórias de dor e sofrimento que mais desejaríamos esquecer. Alegrias recolhidas como frutos saborosos de outras safras. Perdas que nos levaram a provar o amargo sabor de novas experiências.
Em tudo e por tudo, há lucros. Os que avançaram o passo, foram mais adiante. Os que melhoraram de vida e não se perderam na ganância. Os que consumiram mas não se deixaram ser consumidos pelo Ter. Os que amaram sem esperar nada em troca. Esses listam ganhos; contabilizam vitórias. Os que sofreram alguma perda de ente querido ou qualquer outro travo de desgosto, certamente reclamarão na retrospectiva do tempo, embora reconheçam que, até nas perdas, é possível sim, avançar mais do que nos instantes de vitória.
O novo ano que desembarca nessa estação do Tempo, embora não tenha ainda mostrado sua verdadeira cara, há de vir revestido de Luz e de Esperança, para que possamos realizar todos os nossos intentos.
Que venha 2011! Aureolado pela Luz de nossos pensamentos mais positivos. Que assuma o posto de comando do nosso tempo e nos permita o fazer todo ideal de Amor e Fraternidade.
Estamos prontos. Á espera desse passageiro do tempo que traz encomenda de amor e confiança para dividir com todos. Que seja de bom augúrio. Para ele, é que acorremos de braços abertos, crentes de que venha renovar a nossa Fé e a nossa Boa Vontade. Que possa acrisolar o nosso desiderato maior, que é o de servir a todos, contribuindo para que o Planeta dê um salto de qualidade em favor do Bem.
Que chegue pleno de Paz. Que justo na medida exata da Justiça e refaça em nós todas as promessas de novas realizações. Porém é bom lembrar que só depende de nós para termos um ano NOVO, novo meeesmo. Que, cada um possa realmente contribuir com a parcela de trabalho que nos compete. Afinal, quando for a hora de sagrar-se à lembrança do tempo, como fazemos agora com 2010, que sejam nossos pensamentos de viva gratidão por tudo que ele nos der. Desde que façamos por onde merecê-lo.
Um jornal é o espelho do seu tempo. Já se falava-se assim, quando não havia imagem mais significativa para compará-lo. Hoje, essa noção é muito mais ampla. Um jornal é tudo. Muito embora ainda existam os que se dedicam a reportar apenas o cotidiano, há outros que, além desse 'habitueé', refletem a História no seu sentido mais amplo. Revisitam o passado, reconstroem fatos que, à época, ficaram meio duvidosos em seu entendimento, ao mesmo tempo que saltam para o futuro e fazem o diagnóstico do que o hoje pode atrair amanhã, a partir das atitudes humanas. O Povo faz tudo isso.
Esse 'especial' sobre Inquisição, da edição de 19 de junho da publicação cearense, é a resposta de um órgão de imprensa que valoriza o conteúdo a partir de um olhar muito mais abrangente do que focar o dia-a-dia, opinar sobre as demandas comuns de todo mundo.
O levantamento histórico de Demitri Túlio e sua equipe recompõe a verdadeira estratégia dos pensadores do passado gutemberguiano de situarem a imprensa como um centro difusor do pensamento humano, capaz tanto de absorver o relato do hoje, como transpor essas fronteiras do tempo e iluminar as mentes em relação a fatos que não foram devidamente esclarecidos.
É notável o trabalho de texto, a pesquisa de dados, o trabalho ilustrativo, a diagramação, mostrando um relato dos mais importantes para se compreender os fatos que mudaram vidas, a partir de uma visão deturpada de um sistema religioso. Pela informalidade de sua narrativa, podemos acessar informações que, muitas vezes, a História oficial negligenciou.
Esse registro que fazemos aqui é, nada mais nada menos, o reconhecimento pela excelência do trabalho da redação da Aguanambi e um abraço de saudação a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para nos dar um documento dos mais importantes da História. Até porque, do regional de seu enfoque é possível compreender-se a abrangência universal que deve ter sido esse momento equivocado da Igreja e suas consequências. Do ponto de vista histórico, O Povo se alteia aos grandes órgãos de imprensa do mundo. E só nos deixa envaidecidos.