Um dado, mais ou menos recente, que veio se acoplar aos elementos de quem trabalha com o conteúdo notícia, está ligado à frequência de material com que os telenoticiosos utilizam na confecção do produto final. Os vídeos determinam a pauta. Há casos em que os produtores se debruçam sobre eles, não apenas como dicas, fontes a serem apuradas, mas se transformam em notícias sem os conceitos de pauta, apuração e fontes. No jornalismo impresso, nem tanto; mas no televisivo é incrível.
Sabemos que as estruturas de algumas produções de noticiários de tv sobrevivem do contributo dessas imagens que são expostas nas redes sociais sem o trato
que se adeque às exigências da técnica jornalística. Todo fato exige do
profissional apuração. Hoje, um vídeo das redes sociais é mais conveniente do
que o trabalho investigativo do repórter, ouvindo a diversidade de fontes.
Bianca Piquet, em seu excelente trabalho "Jornalismo: conceito de notícia, pauta e apuração", nos lembra o que é notícia no jornalismo e o que noticiável.
Com o passar do tempo, perdeu-se a aura que acercava o trabalho de apuração de um fato, refletindo isso numa profuda transformação do jornalismo na era digital. Não queremos com isso, considerar a velha forma como a melhor; mas a nova, adotada sem o critério do verdadeiro jornalismo investigativo, parece vivenciar um período de aprimoramento, capaz inclusive de gerar ''fakes news".
FALANDO NISSO
Veja o que diz a I.A. do Google:
Impactos da internet e das redes sociais
- Velocidade e imediatismo: A internet impulsionou a busca por rapidez na divulgação, muitas vezes comprometendo a profundidade e o tempo dedicados à apuração minuciosa.
- Democratização da produção da informação: As redes sociais permitiram que o público se tornasse produtor e distribuidor de notícias, misturando relatos pessoais com reportagens profissionais e desafiando o monopólio da informação detido por grandes redações.
- Proliferação de desinformação: As "fake news" e a desinformação, que se espalham rapidamente, enfraquecem a credibilidade das notícias, mesmo as de origem confiável, e dificultam o trabalho de verificação.
Crise de credibilidade e novos desafios
- Desconfiança do público: Pesquisas apontam uma queda na confiança no jornalismo tradicional, exacerbada pela polarização política e pela percepção de viés na cobertura.
- Modelo de negócio sob pressão: A crise financeira dos veículos tradicionais, com a migração da publicidade para plataformas digitais, impactou a capacidade de investir em grandes investigações, que são o cerne da apuração.
- Inteligência Artificial (IA): O uso da IA na produção de conteúdo traz novas questões sobre a origem e a autenticidade das informações, exigindo um trabalho de apuração ainda mais rigoroso.
Cenário
atual: O que restou da aura?
Embora a aura tradicional tenha se esvaído, a essência do jornalismo — a busca
pela verdade e a checagem de fatos — continua fundamental. A valorização da
apuração agora depende de uma atuação consciente do próprio jornalismo e do
público:
- Jornalismo profissional: Precisa reforçar sua credibilidade, sendo transparente sobre seus métodos e resgatando o valor da apuração bem-feita como um antídoto contra a desinformação.
Público: Desenvolve uma autonomia crítica, aprendendo a questionar a origem das informações e a valorizar o jornalismo investigativo que exige tempo e recursos










