O rádio AM no Brasil é de uma força impressionante. Mas anda (meio) desprestigiado. À exceção de emissoras que adotaram a faixa da seletividade e deram prioridade ao conteúdo-jornalístico, as demais pouco (ou nada) acrescentaram ao histórico do veículo na atualidade. Pelo contrário. Falta ao rádio cearense, novidades em termos de criatividade. Promoções que o credenciem ao seu merecido lugar.
O número crescente de receptores desligados era algo para preocupar os donatários de concessões. E como o faturamento de muitas resvala o fundo do poço, haja alugar horários para grupos evangélicos sem nenhum critério, de olho mais no bolso de seus líderes do que pensar na importância do veículo.
Mesmo algumas estações que adotaram a informação como base programacional, andam desgastadas. Caso de toda a rede Clube de Rádio. Simplesmente, ela deteriourou-se no País. E acabou. Em Fortaleza, a velha PRE-9 simplesmente anulou-se ainda mais, depois de jogar no lixo seus programas e dispensar mais da metade de seu pessoal.
Já a Rádio Assunção, que adotou a programação e até a identificação da Globo, anda vivenciando dificuldades. Tomo conhecimento que o arrendatário da emissora, Vicente Luis, acaba de entregar de volta a administração da emissora ao deputado Moésio Loyola.
"Depois de quatro meses, o assessor de deputado, pediu arrego. Não aguentou as dificuldades e o alto custo do pessoal", conta-me uma fonte - o que só vem confirmar que, sem investimentos, sem nenhuma campanha que o promova, além de um visível desleixo por parte de certos proprietários, resta ao rádio AM sustentar-se no 'feijão com arroz' que a maioria das emissoras oferece como se fosse tudo. No ar como qualquer paraquedista, mas com o receio de que o paraquedas estivesse prestes a não abrir.