ROTEIRO DE VIAGEM. Vacina salvador(a)

Depois que Adriano Muniz, Gleydson, Eliomar de Lima, Emílio Moreno e outros me telefonaram contando da informação que circulava de que eu estava de mudança para outro canal, fui me vacinar hoje aqui em Salvador. Essa gripe de mudanças não pegou em mim.

ESPORTES. Uma arena nova para o Fonte

E olhaí a jornalista Fernanda Dourado quando gravava passagem de matéria sobre a maquete do novo estádio da Fonte Nova, em exibição em Salvador. Ela trabalha para a TV Assembleia da Bahia e é um encanto de pessoa. O novo estádio está sendo construído para a Copa e tem prazo de ser entregue em 2013.

Será que esse sai antes que o nosso Castelão?

ROTEIRO DE VIAGEM. BA e o dendê curry

Salvador. Depois de meio dia de viagem, eis-nos sob a energia magnetizadora da Bahia. O GPS é o nosso guia para a terra de tantos guias. E ele nos leva à porta da casa de minha sobrinha Rebeca Sobral, cientista política, que faz mestrado em Estudos Interdisciplinares em "Gênero, Mulheres e Feminismo" e que mora em Aflitos, no centro de Salvador.

Compartilhamos as gentilezas e bonomias de quem estuda o corpo social em toda a sua extensão e se distingue principalmente pela cordial simpatia em hospitalidade.

Descubro com ela, as especiarias do Dendê Curry, ao saborear a pasta 'camponata' no café da manhã de me deixar lambuzando os beiços. E cito esse endereço para você pode consultar mais dicas curiosas sobre essa culinária.

Salvador, de gostos e sabores, é o pontapé inicial para rever a Bahia de todos os orixás.

POST SCRIPTUM

E agora à noite conheci Rose Silva, culinarista, que veio à casa de Rebeca para uma visita. Vinho do pampa, papo baiano e ouvidos cearenses atentos.

COMPORTAMENTO. Intolerância religiosa

Você me acredita que tem gente tão fanática do ponto de vista religioso, que é incapaz de fazer distinção entre religiosidade e culto às artes mais expressivas? Pois um internauta, leitor do GENTE DE MÍDIA, deixou comentário no blog, dizendo-se surpreso por eu ser espírita e estar visitando igrejas católicas em minhas férias. Geeeente, que pobreza...

Não merecia nem uma citação destas, mas a caridade (ou a falta dela) não me permite deixar sem resposta alguém tão 'pobre de espírito', no sentido mais simplista da citação crística.

ROTEIRO DE VIAGEM. Recife conserva

As impressões de viagens visuais já somam mais de 300. Falta-me é tempo para postar as que merecem atenção dos nossos leitores. Algumas, no entanto, vão sendo escaneadas de acordo com nosso interesse, mas prometo isso para quando tiver tempo.

Ontem deixei Recife, onde o presente sabe conservar as construções da holandesa passagem quando o conde Maurício de Nassau elegeu essa região para fundar suas bases e construir um mundo onde a preocupação com a arte está presente em tudo.

ESTRADAS. As do Ceará são as piores

Tomo conhecimento que o governo do Estado do Ceará vai retomar o programa de recuperação das estradas. Que bom. Já estava em tempo. Aliás, se o governador Cid Gomes for leitor do nosso GENTE DE MÍDIA, certamente, tomará conhecimento deste 'post' e do testemunho que dou sobre as estradas do NE. Ao longo das rodovias federais por onde cruzei nessas férias, só as que cortam o CE não contam com equipes de trabalho e nem em condições similares.

Quem atravessa Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, pode se surpreender com o enorme contingente de operários em obras de manutenção, recuperação e, principalmente, duplicação das BRs. É algo impressionante.

Por aqui, as estradas têm uma melhor qualidade do que as do nosso Estado. Me surpreende Alagoas deter rodovias com sentido único, facilitando o escoamento do tráfego e de produção do Estado.

Por que será que o Denit mantém tantas placas de avisos de 'homens trabalhando', 'trecho em obras', 'duplicação da rodovia', 'desvio para alargamento da rodovia' - enquanto no Ceará, a maior parte das federais parece não seguir a mesma linha de planejamento do ministério responsável.

ARTES. Um pintor chamado Antonio Sales

Um Jorge, guerreiro e santo, cantado e decantado por outro Jorge = o Benjor - acaba de ser vendido aqui na galeria Capella pela bagatela de 2,5 mil. A pintura do santo da Capadócia na luta contra o dragão é bonita. Já estava embalada para a remessa a um hotel onde ficará em exposição. Charles, o proprietário me fez o favor de mostrar o rosto do santo. Outro detalhe que me chamou a atenção foi o nome do artista: Antonio Sales.

RÁDIO. Augusto Borges tem sósia no Recife

De repente, a voz da minha irmã me chama a atenção para anúncios em lojas e bancas de revistas com a fotografia do que ela diz ser Augusto Borges. Até eu penso que é ele. As peças estão por todo canto desta Recife. E anunciando empréstimos consignados, coisa que já o vi fazer por aí no Ceará. Outra pessoa, contudo, diz ser apenas um sósia do nosso bom Augusto, que mantém um programa nas manhãs da Ceará Rádio Clube.

A emissora já voltou aos bons tempos? Quem sabe me responder é a Tina Holanda, produtora.

O quê? Ela também já deixou a rádio!!!

Você não quer que eu volte...

ESTAÇÕES. Onde o tempo descarrilhou

As estações ferroviárias do Nordeste foram 'points' de encontros e desencontros. De idas e chegadas. A grande maioria está abandonada. Como a de Acopiara, que os vândalos depredaram e hoje serve de coito a viciados. Iguatu, ali próximo na região centro-sul transformou a dela em terminal de vans. Crato elegeu um museu. Juazeiro deu uma conotação referencial de arte.

Em todas elas, o trem do tempo parece que descarrilhou.

TELEFONES. O jeito de se dizer alô por aí

Como tem gente criativa nesse Nordeste brasileiro! Olha só a criatividade do nosso povo em relação aos telefones públicos. Em Juazeiro, um orelhão lembra o chapéu do Padre Cícero. Em Pernambuco, uma galinha ajuda a quem precisa dar um alô pra alguém distante do Porto. Ou o caso do orelhão do colégio São José de Iguatu que é ainda dos tempos da Telemar.

ROTEIRO DE FÉRIAS. Marujo de água doce

Esse marujo aí compartilhou de um passeio pelas águas do Pina e Capiberibe, num dos projetos culturais mais interessantes, o da catamaran. Quem faz esse 'tour' aprende a conhecer a história dessa cidade cheia de pontes e casario antigo, memória preservada à gosto pelos pernambucanos.

ROTEIRO DE FÉRIAS. Plim-plim na serra

Em direção a Porto de Galinhas, a praia considerada o 'beach park' do litoral pernambucano, um enorme logo da Globo no caminho. Afora a beleza das piscinas naturais, com suas águas transparentes e seus arrecifes e corais, por aqui tem muito é carestia. Cobrar 100 reais por um peixinho frito; obrigação de consumir o mínimo de 35 reais para ocupar uma cadeirinha de praia. Barato só o banho de água doce. Para tirar areia do mar, cada pessoa paga R$ 2 reais. O que é um cúmulo, diga-se de passagem.

ROTEIRO DE VIAGEM. Recife é toda futebol

Chegamos a capital pernambucana em plena tarde de domingo. Santa Cruz e Sport decidiam o campeonato 2011. O Santa levou, embora tenha perdido por um a zero. E o que se viu na noite e madrugada foi uma sucessão de buzinas, fogos e festas nesta cidade que me dá um tempo enquanto eu dou uma chegadinha ali em Porto de Galinhas.

É férias, mêo!

CURIOSA. Um estádio chamado 'gayosão'

Rodando pela Paraíba, descobri essa curiosidade: na cidadezinha de Santa Terezinha, próxima a Catingueira, existe um estádio de futebol chamado José Afonso Gayoso, popularmente chamado de "o gayosão".

Será que o Zé Simão sabe disso? E o pessoal do Kibeloco, hein?

RELIGIOSIDADE. Meu retrato entre outros

Sou visitante do reino, onde meu padim comanda toda essa tramontana gente que aos seus pés vêm render graças.

Uns pedem pela esperança do sertão reverdecido; outros gratos, traduzidos em fotos, cartas, relatos.

Nenhum retorna intranquilo. Ninguém volta magoado. O padim Ciço Romão tem sempre um aconselhamento a tantos e tantos.

Encontrei uma penitente que cantava louvores e se ajoelhava a cada canto do museu. E quando indaguei se conhecera o padre...

Ela me disse que nascera no dia em que ele se mudou para o outro reino do Céu. "No dia que ele morreu?" indaguei-lhe.

Olhou-me com ar de quem ia dizer "vá se enxergar, menino" e disse: meu padim não morre. Meu padim se muda.

ATUALIDADE. Em busca de estar em dia

Para quem reclamou a ausência de postagem no blog, peço desculpas. É que estava em locais onde a OI não dá nenhum sinal. Sopés de serras, conhecendo de perto olho dágua que o governo acaba de indenizar para a passagem do canal do São Francisco, além de casas e plantações que simplesmente foram destruídas pelas máquinas das construtoras.

Agora cheguei ao Recife, depois de passar pela Paraíba, cruzando por cidadezinhas interessantes, além das já conhecidas como Patos, João Pessoa, Campina Grande, Carpina - por onde tirei fotos e ouvi histórias curiosas demais.

ROTEIRO DE VIAGEM. Pés pisam pedras

Tenho passado por estradas muitas nessa minha viagem de férias. Algumas delas, é bem verdade, são a cara dos políticos que não prezam a qualidade do seu próprio nome como dirigentes. E, certamente, não merecem que se atirem pedras sobre eles. De jeito nenhum. Preferível saudar os que governam cidades onde as ruas ainda guardam pedras de paralepípedo, ajudando a refrescar melhor o ambiente da cidade.

Esta postagem é para celebrar as cidades onde encontrei esse tipo de piso. No Cariri, principalmente, as pedras das ruas por onde pisei revelam um povo de consciência maior/melhor que muitos governantes que vivem ganhando dinheiro, asfaltando jardins... porque nunca entenderam a razão de ser desses inventos da Natureza.

ARTE SACRA. Virtuosidade nos 'vitraux'

Numa época em que muitos templos católicos retiram dos nichos as imagens dos santos de devoção dos fiéis, uma igreja no interior - a de São Raimundo Nonato, em Várzea Alegre, preserva a arte dos vitraux, celebrando os seus mártires e místicos sagrados, ao mesmo tempo em que homenageiam o trabalho de artistas regionais.

Ao contrário da igreja de Acopiara, tomada de bancas de feirantes, sem iluminalão adequada à noite e sem a pintura do seu teto - obra de pintores da comunidade -, encontrei em Mauriti e Umburanas, no Cariri, igrejas com pinturas de artistas populares - anônimos, mas que refletem o esmero e o talento dos que sabem render culto aos santos de devoção popular.

ROTEIRO DE VIAGEM. Os fiéis ciganos

Os ciganos sempre ganharam minha atenção. No passado, eles passavam em bandos pelo interior, com suas vestimentas características e seu linguajar 'atravessado'. Hoje, eles são mais raros, muito embora aqui em Juazeiro do Norte um grupo vindo da Bahia atraia a curiosidade por onde passe.

Encontrei um grupo de oito deles lá em cima no horto, depois de visitar a estátua do Padim Ciço. Não só se distinguem pelas vestes mas pelos traços fisionômicos - eles garantem que só se casam entre si - e, talvez por isso, realce neles a beleza de uma gente que não foge aos padrões de sua raça, apesar de tudo que já se investiu contra eles.

No meio de todos, uma beleza selvagem - uma cigana de 15 anos, mescla de gabriela de Amado com a ninfeta de Bukowski - grávida de tres meses, acompanhando o marido em sua peregrinação à Juazeiro do Norte. Ciganos que na meca do Cariri são também romeiros ou penitentes como tantos fiéis que vêm em busca da proteção espiritual desse líder carismático que é Cicero.

ROTEIRO DE VIAGEM. Balneário do Caldas

Leitor meu escreve agradecendo a postagem sobre a 'festa do pau da bandeira', e diz que eu lhe fiz matar saudades da cidade onde nasceu. O José de Arimatea dos Santos mora em SP e indaga se eu fui conhecer o Balneário do Caldas. Sim, eu fui até lá e estava dando um tempo para baixar as imagens que fiz e que estão num celular cujo cabo de conexão com o computador acabei perdendo por aí.

Estou esperando amanhecer o dia (da segunda) para me reequipar de novo e transferir todo o material fotográfico para o GENTE DE MÍDIA. Conheci sim o balneário, Ari e posso lhe garantir reclamei até da pouca publicidade que se dá ao local - um dos mais interessantes para o lazer no sopé da serra. Fico lhe devendo as fotos.

ESTRADAS. A Paraíba ganha em qualidade

Gente, estou horrorizado com a péssima qualidade das estradas federais do Ceará. E ao adentrar na Paraíba é que a gente sente a diferença. As daquele estado estão como um tapete, além de serem bem planejadas - mão dupla com sentido único mais acostamento.

O trecho que vai de Várzea Alegre a Farias Brito é de enojar qualquer cearense. Só buraco.

EU VI. Um curso de jornalismo no interior

Em Barbalha, a UFC mantém um curso de Jornalismo. Eu já tinha ouvido falar e, pelo que me recordo, o meu antigo editor do Caderno 3 do Diário do Nordeste, leciona por aqui.

FILME. Cariry lança documentário em vídeo

A cidade de Barbalha registrou nesse fim-de-semana, o lançamento do filme Festa do Pau da Bandeira'. O documentário de Rosemberg Cariry é um registro da mais popular festa da cidade que movimenta todos na região do Cariri.

No post abaixo falo mais sobre a festa.

BARBALHA. Festa do Pau de Santo Antº

Barbalha se prepara para a sua mais tradicional festa popular. A festa de Santo Antonio. A do pau da bandeira. É quando quando homens e mulheres se misturam numa celebração religiosa das mais fervorosas, num encanto de festa que rende à cidade o reconhecimento nacional. E a cidade investe para recepcionar fiéis para o dia 13 de junho. Ela própria se veste a caráter.

No Casarão da Cultura Violeta Arraes Gervaiseau, uma equipe trabalha diuturnamente no projeto de decoração. O funcionário público Carlos Roberto Oliveira Lacerda criou os motivos deste ano, reunindo temas ligados ao mais puro folclore nordestino.

Figuras de oratórios, santos, penitentes, lapinhas e quadrilhas ganharam o traço firme de outro artista plástico, o Marcos César Lacerda. Nos galpões do casarão antigo, uma turma prepara tudo, junto a confecção dos bonecos gigantes retratando personagens da terra e que saem durante esse período.

A festa mesmo começa dia 29 de maio; seu ápice, no entanto, é no dia 13 quando uma multidão invade as ruas da cidade em festiva louvação. Cálculos dão conta de que foram 300 mil pessoas no ano passado.

Barbalha, na verdade, é a cidade que abre os festejos juninos de todo Nordeste e a acreditar na previsão dos coordenadores, este ano deve assumir os primeiros lugares no 'ranking' dessa produção cultural.

Conhecer a cidade foi um dos prazeres desta viagem de férias. Não só por esse evento do calendário maio/junino, mas pela importância histórica da cidade que guarda seus casarões imponentes com o zelo de quem tem memória e sabe preservar o que é importante.

ROTEIRO DE VIAGEM. De Padim e de Lunga

Juazeiro do Norte respira religiosidade. No comércio, nas residências, nas ruas e, principalmente, nas pessoas. Aqui, cada um almoça e janta padre Cícero. Ele está presente em tudo. No nome de lojas, seja de uma ferraria ou de uma pousada, como num bar onde bêbados visitantes celebram o fim de uma romaria.

Aliás, as romarias acontecem mesmo quando não são comandadas pela igreja. Todo dia tem fiel subindo o horto, como tem gente curiosa querendo conhecer a loja de ferro velho do seu Lunga, o personagem bizantino que hoje desfruta de renome internacional. Nós, porém, não tivemos sorte. Não o encontramos no seu endereço comercial e perdemos a chance de confirmar algumas das lendas que se criou em torno dele.

ROTEIRO DE VIAGEM. Onde Nonato é santo

Várzea Alegre. Para chegar a terra dos Correias, expõe-se o visitante a um dos piores trechos de rodovia do Estado do Ceará. A buraqueira é completa. Parece até que governantes fazem marcação com o povo dali – deixando-o quase que isolado do resto do mundo. Mas o ‘sacrifício’ de se chegar, é + ou – recompensado pela cidadezinha acolhedora que guarda devoção ao santo que levou minha mãe a me nominar como tal, Raimundo Nonato.

Na igreja, bem cuidada, um ‘vitraux’ expõe os doze apóstolos que, à luz do sol da manhã, engrandece o trabalho de quem o executou. Há um sentimento de religiosidade transitando pelas ruas da cidade, principalmente por ser a sexta feira, 13 de maio. A Virgem de Fátima tem muitos fiéis por essas bandas.

Por onde se anda, acolhedora presença de sua gente. A simplicidade desse povo rende elogios. No entanto, a exemplo do que se vê em muitos municípios cearenses, as administrações pouco fizeram para que a cidade se expandisse e lobrigasse alcançar uma etapa de progresso mais avançado. Contudo, apesar da impressão de que o tempo parou em muitos desses locais, as parabólicas disputam lugar de destaque na paisagem.

ROTEIRO DE VIAGEM. Iguatu, outro tempo

Iguatu. Há 45 anos eu morei aqui. A cidade era boa como a água que traduz seu nome. (Icatu em tupi quer dizer 'água boa, rio bom'). Isso continua. E o efeito propulsor, ainda mais potencializado. Iguatu de hoje vive um outro tempo. Surpreendente tempo, diga-se de passagem.

Vou contar aos poucos, a passagem pela terra dos índios Quixelô. A cidade está um encanto. Surpreende. Limpa, urbanizada. Se eu disser que meia hora depois de o comércio fechar as portas, o centro está completamente limpo - não é exagero.

Tampouco se pode falar mal da administração Agenor Neto. Ele é surpreendente em termos de reformar a cidade urbanisticamente falando.

Se em Acopiara, a memória da ferrovia está apagada - por aqui, ele plantou um jardim ao longo dos trilhos que cortam a cidade. Foi dada uma serventia para a antiga gare ferroviária. Na enorme praça defronte à casa do líder doutor Gouveia, um parque está sendo construído que promete celebrar ainda mais a preocupação ambiental.

Em ruas e bairros - como do Bugi -, construções podem muito bem competir com as melhores da Aldeota.

pelas ruas, onde gente jovem circula a pé, de bike, moto ou de carro - o perfil dessa gente é de quem nutre saude, felicidade. Esse um traço que nos chama a atenção - ainda que da turma de minha infância e adolescência, a ceifa da morte não tenha perdoado muitos nomes. E volte a ouvir o mantra do "morreu...", "morreu!...". E fulano, também morreu? "Esse... faleceu".

FUTEBOL. A carroça desembestou mesmo

Torcedor é fogo! E quando o seu time anda embalado, mais ainda motivo para que ele entre no ritmo e se festeje. Esta noite aqui em Iguatu tivemos um exemplo disso com os torcedores do Ceará, classificado para as semi-finais diante do Flamengo.

A 'carroça desembestada', expressão cearense criada para fazer frente à comemoração de gols feitos pelos jogadores do Flamengo, pegou por aqui literalmente. Um pouco antes da partida começar, dois torcedores do alvinegro saíram pelas ruas centrais da cidade atraindo a atenção dos que se postavam em áreas de encontro de jovens, a praça da matriz.

O empate de 2 a 2 fez com que a 'carroça' puxada por um burro, conduzindo enorme bandeira alvinegra, voltasse a percorrer pela cidade no final da noite.

ACOPIARA. 'Câmara de vereadores' à venda

Alguém aí estaria interessado em comprar uma Câmara de Vereadores? Lógico que eu falo do prédio onde ela funciona. Pois em Acopiara, o legislativo municipal está à venda para partilha de uma herança e os vereadores não sabem para onde irão.

Em conversa com a vereadora Sheila Uchoa, fiquei sabendo que a direção da Câmara está à procura de um outro local para realizar os seus trabalhos. A casa não dispõe de uma sede própria. "O legislativo não tem recursos próprios para a construção de um imóvel", confirma a ex-prefeita e, por isso, até que se localize outro endereço, a placa de venda continua chamando atenção de quem passa pela avenida Paulino Félix.

ROTEIRO DE VIAGEM. Rezas e rogos

Acopiara, capela de São Francisco. Construída pelo médico e político Tibúrcio Soares, nela repousam seus restos mortais. Os fiéis que vão ali escrevem pedidos e promessas, as mais curiosas. Como a de alguém que pede a Deus para ir a um baile do Boião.

ROTEIRO DE VIAGEM. Estação, adeus

Da cidade antiga que me viu nascer, recordações muitas ainda se espalham por ela. É que o mal traçado das ruas não permitiu avanços da engenharia e o magnetismo de preservação da memória ainda é cultuada, mesmo que inconscientemente. No entanto, um antigo 'point' de encontro dessa gente mantém-se esquecido. Abandonado.

Falo da estação de trens de Acopiara, onde outrora vinham notícias do mundo lá de fora, via Expresso, Suburbano - os trens da antiga Rede Viação Cearense. Neles, a cidade se encontrava para ver a passagem do trem; receber O Povo, Unitário e Correio do Ceará; ver O Cruzeiro, quando não as moçoilas da cidade se aprontavam com roupas de domingo para flertar os que chegavam ou estavam de passagem.

Pois a estação que fora dirigida pelo Waldir Herbster, irmão do doutor Argeu Herbster de Maranguape, não mais existe. Tudo foi destruído. Ainda de pé, as paredes do edifício que movimentava a gare, por onde seu Justino, o carteiro da cidade, recebia os volumes de correspondência e a gente se encontrava para ver o trem passar.

O mato cresceu em torno. Há lixo e fezes por toda a extensão dos escombros do prédio de antigas lembranças - ponto de referência da cidade que tinha no trem, o mais importante meio de transporte para a capital. Há uma completa falta de respeito por parte dos administradores que poderiam ter aproveitado o espaço para cultuar a legítima memória de um povo que, reclama do descaso da estação, mas não dá maior importância. Afinal, nenhum trem passageiro corre mais por ali. O antigo 'Rabo da Gata' continua tão (ou mais) largado que a velha gare.