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quarta-feira, 25 de maio de 2011

ARTES. Um outro Zépinto no Rio Grande



Quem passa pela litorânea, já pegando a BR-101 ali pelo Assu, dá de cara com algumas obras de arte à altura da empresa J. Patrício. Parei para indagar ao pessoal quem era o autor delas, mas ninguém soube informar. Pelo visto, trata-se de competente artista que tem a mesma leitura do saudoso cearense Zé Pinto, que trabalhava formas com material reciclado do lixo.

Pois o cara pegou um fusca, criou pernas longas e colocou no bico uma bicicleta. Uma bela fábula visual do grande que no trânsito não respeita o pequeno.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

ROTEIRO DE VIAGEM. De For a Quix 1 e 2


Desde a manhã, estou em rota de fuga da cidade grande. Meu objetivo é desbravar todo o Nordeste. Começar pelo interior cearense. De Fortaleza, saímos a semelhança de 'easy riders' e demandamos o sertão central. Em Quixadá e Quixeramobim, paradas.

Nunca tinha visitado o santuário. E a última vez que andei pelo açude Cedro foi à época em que Regina Duarte gravava por aqui o filme "O Mágico de Oroz". Bote tempo. Andar pela área preservada, com paralepípedos bem ordenados, sem poluição (nem visual, nem sonora), ouvindo o pio das aves, o vôo dos nambús em frente aos carros - como quem busca suicidar-se! - e as pessoas...

Ah! as pessoas do interior têm rosto de almas puras. Principalmente aquelas que ainda se satisfazem a convivência calma e tranquila dos pés de serra, a revelarem em seus sorrisos desdentados, a franqueza de quem nos acolhe com natural simpatia.

E as rochas? Monólitos me lembram o que me dizia o diretor de cinema Hector Babenco, durante entrevista que fiz para o Vida&Arte, aos tempos de redação. "Quixadá tem o cenário natural mais cinematográfico do País", dizia ele. E o que é pura verdade. Andar por aqui é sentir-se menos arrogante (como urbano) e mais natural (como homem do interior). Que é o que eu sou realmente, buscando reencontrar-me nessa viagem.