Mil anos, mais de mil anos, mil vezes,
um milhão de portas para a eternidade
Eu posso ter vivido mil vidas, mil vezes
uma escada giratória interminável
se formasse com essa torre de almas
E se levasse mais de mil anos, mil guerras,
as torres subiriam inúmeras vezes no espaço
Eu poderia derramar mais de um milhão de lágrimas,
um milhão de suspiros
Ter um milhão de nomes, mas apenas uma verdade para encarar
Correr um milhão de estradas, um milhão de medos,
um milhão de sóis, dez milhões de anos de incertezas
Eu poderia contar um milhão de mentiras,
um milhão de canções
um milhão de acertos, um milhão de erros
nesse balanço de tempo
Mas se houvesse uma única verdade,
uma única luz
um único pensamento, um toque singular de graça,
então eu seguiria esse único ponto, esta única chama,
a única lembrança desassombrada do seu rosto
Eu ainda te amo, eu ainda te quero
Mil vezes os mistérios multiplicar-se-iam
como as galáxias sobre minha cabeça
eu posso ter inúmeras culpas, ou posso ser inocente
eu poderia saber muitas coisas, ou ser apenas um ignorante
ou poderia cavalgar com reis e conquistar muitas terras
e ganhar esse mundo com cartas
deixando escapá-las por entre os dedos.
eu poderia ser alvo dos canhões e ser destruído mil vezes,
renascer como criança, ter fortunas para pagar outros crimes
ou usar esse manto peregrino para ser um ladrão comum
Mas eu mantive essa fé única, eu tenho uma crença
a de que ainda te amo, eu ainda te quero
Mil vezes os mistérios multiplicar-se-iam
como as galáxias sobre minha cabeça
e sobre ela os mistérios revelariam
eternidades ainda não ditas
Até a que você me ama.