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Dói-me, sempre que ouço notícia de que alguém suicidou-se. Matar-se é extremamente cruel; por conta dos efeitos que esse dano causa ao 'eu' que somos. São consequências funestas que comprometem a própria essência de cada um.
Se se tirar a vida de outrem se constitui crime inaceitável até na fragilizada lei dos homens, fico a imaginar como isso funciona na esfera da Luz. Sim, porque nós somos descendentes de uma dimensão extracorpórea, ambientados momentaneamente numa experiência física.
Quando agimos em desacordo com os princípios da nossa natureza, interferimos na lei de causa e efeito. E atraímos as consequência dos nossos atos. Se bons, teremos reações respeitáveis; se são atos maus à nossa essência, contrariamos o aspecto natural e incorremos em dores e sofrimentos.
Nos seculares tablets de Moisés, o 'não matar' configura-se como o quinto mandamento que forneceu as bases da arregimentação das leis humanas. Então, morrer-se - para utilizar um verbo não convencional - é algo que, se desestrutura lares e famílias, imagine isso colocado numa dimensão onde tudo tende a ser perfeito.
A morte de Walmor Chagas, provavelmente através da via suicida, é um desses malogros da vida pessoal de alguém tão inteligente. Por maiores dificuldades que estejamos a viver, há de se ter a exata noção de que somos frutos da capacidade de outros - caso algum crítico deseje abster-se da questão de filiação divina -, pois que somos resultados de união de seres que se deram por algum troca afetiva e que permitiram acessar da outra dimensão, o ser que anima o nosso corpo.
Não estar-se a condenar o gesto de Walmor, tampouco a considerá-lo algo compreensível, não. Ninguém conhece o abismo do poço humano e em qual momento uma perturbação nos faz abandonar a vida. Mas, se a gente atentasse para o fato de que, assim como a roupa que nos veste, não somos o corpo que carregamos, seríamos mais compreensíveis com ele, que é empréstimo para transitemos na escola terrena em busca do aperfeiçoamento a que todo ser se destina.
P.S.: Se fosse alguém da minha família, eu evitaria a cremação do corpo de um suicida, por entender que, maioria das vezes, o espírito atormentado demora a se libertar dos liames energéticos que ligam o físico à sua forma quintessenciada.