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Acabei de ver 'As Aventuras de Pi'. Belíssimo filme do Ang Lee. Baseia-se no livro de Yann Martel. Segundo li, inspirado na obra literária 'Max e os Felinos'. Que é do escritor brasileiro Moacyr Scliar.
Não vou dizer que o filme não seja bonito. É. Mas o que há de encanto, além das imagens utilizando computação gráfica, é a alegoria que se baseia a história do menino que tem o apelido de Pi (advindo da letra do alfabeto grego que representa a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro). Ela mexe com crenças religiosas, espírito de coragem, disputa entre razão e fé, naquilo que se poderia dizer ser uma metáfora sobre o lado humano e animal que somos.
Fãs de cinema do tipo de heróis de quadrinhos, vão tirando o cavalinho da chuva. O filme se apropria de uma narrativa marcada pela densidade da emoção e, embora explore o tom aventuresco que o título brasileiro reivindica, é a linguagem da câmera que fala melhor ao revelar, em grandes planos sobre o bote dos náufragos, a impressionante solidão humana no grande mar da Vida.
Quanto à disputa do Oscar, deve ficar com o de efeitos especiais.