Hoje é mais um dia em que as tardes do Brasil serão incensadas pelo futebol. Ele é a reza de todo brasileiro que, religiosamente, se dirige a esses cultos dominicais. As igrejas são os estádios, onde predominam os altares e os nichos com seus anjos e santos povoando o imaginário de milhares de fiéis, crentes de que o paraíso será excelsado por essa espécie de hóstia sagrada, que é a bola.
Hoje tem decisão. Por aqui, Ceará e Guarany se enfrentam. Oportunidade para que torcidas se festejem com seus times e suas vitórias. Ou se lamentem com as derrotas. No rádio, as vozes dos narradores esportivos devem estar à serviço de uma legião de ouvintes interessada em informação e, jamais, vinculadas a qualquer outro compromisso.
Pelo que se depreende, o rádio esportivo cearense [ com raríssimas exceções ] tem se
pautado em muitas ocasiões, por um certo partidarismo, melhor dizer paixão clubística de seus integrantes, a ponto dessa percepção saltar aos ouvidos do torcedor menos fanático.
Todos nós aprendemos que, em termos de informação, todo profissional deve eximir-se de adjetivações ou demonstrar qualquer tendência que possa influenciar na leitura de sua mensagem.
Compete ao leitor - no caso aqui, o ouvinte -, ter a sua correta avaliação e percepção democrática de que, assim como em assuntos de política e religião, também no futebol, o pensamento do emissor não deve jamais estar compromissado com qualquer tendência exclusivista. Afinal de contas, o pluralismo, além de louvável e conveniente, é perfeitamente ético e politicamente correto.