A história do furto do Banco Central, que atualmente está sendo filmada com Lima Duarte no papel principal, tem lances curiosos e que vão render muito na trama cinematográfica. O último deles é narrado hoje nas páginas da Folha de SP pelo jornalista André Caramante. Ele conta o
'caso de amor' entre um policial infiltrado que chegou a namorar uma parente de um dos chefes do grupo em Boa Viagem, no interior do Ceará, e que levou a desmontar toda a quadrilha.
A matéria conta que um agente da Polícia Federal, "com nome fictício de personagem bíblico e jeitão de galã" se aproximou de uma mulher, parente de um dos criminosos. Nicodemos, esse o nome do agente especializado em infiltrações, engatou um relacionamento de cerca de seis meses e conseguiu boa parte das pistas que levaram aos chefes do furto.
O romance aconteceu em Boa Viagem, cidade de 56 mil habitantes a 216 km de Fortaleza, semanas após o furto. Diz o texto: "Enquanto parte dos agentes usava a máxima "follow the money" (siga o dinheiro) e percorria o Brasil atrás das notas de R$ 50 levadas do banco, Nicodemos investigava no estilo "love is in the air" (amor está no ar)".
Nicodemos rapidinho conquistou o coração da moradora, parente de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão. O relacionamento fez com que ele participasse de festas e dos almoços da família, onde nas conversas eram servidos detalhes sobre o megafurto.
"Alguns dos familiares dos ladrões que eram de Boa Viagem sentiam uma pontinha de prazer em comentar o que sabiam sobre o crime e, sem saber, falavam com a polícia.
Quando a PF teve convicção de que sete dos acusados de furtar o banco eram da cidade, Nicodemos, o forasteiro que chegou com a conversa de formar família, sumiu.
Talvez até hoje a mulher abandonada não saiba que, na realidade, viveu um falso caso de amor".