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Estava agora há pouco olhando objetos que chegaram até a mim, sem nem mesmo tê-los procurado. É incrível como a gente se prende a eles. Um telefone antigo, que divide com o notebook, o espaço da escrivaninha, parece algo estranho em meio a outros equipamentos eletrônicos modernos. E, diga-se de passagem, ele está em plena atividade. É um dos aparelhos com os quais atendo nas ligações de fixo.
Duas máquinas de datilografia, todas elas presentes que ganhei de fãs de rádio - um deles, o Vandenberg, do bairro Colônia que fez questão de me presentear após um comentário que fiz na rádio O Povo sobre coisas do passado. Elas estão em uso, sim.
Há um som que ainda utiliza 'pick-up', mas apenas como parte da decoração. Um rádio-tv portátil que comprei, nem me lembro onde e que era o primor quando não ainda se falava em tv em celulares ou GPS.
Esses objetos registram um tempo que, em virtude da agilidade com que as coisas vão mudando, a gente desconfia não voltam mais. Ou não, porque algumas estão retornando - como a fita cassete e esse gosto das pessoas pelo vinil que, outra vez, vem acontecendo.
Aliás, discos de vinil eu os tenho. Muitos. O Carlos, da loja de antiguidades, vive me tentando para que eu me desfaça da coleção. Alguns raros. Raríssimos, diria. Mas, ainda que não os tenha a mão no dia-a-dia, vou deixando eles em minha companhia. Se um dia, a família quiser pode doá-los ao Museu do Nirez. De onde estiver, saudade nenhuma vou ter.