Ricardo Kelmer, é um colega nosso dos tgempos do Curso de Comunicação Social da UFC e um dos talentos mais criativos que eu conheço - tem livros publicados, escreve peças, dirige shows e já participou da equipe de criação da Rede Globo. É um dos amigos que eu prezo em todo esse tempo de lides jornalísticas. Ele me enviou pelo e-mail sua última crônica, "Entrevistando o Candidato", com uma bem humorada versão de o candidato Bolsonaro responderia a um debate irreverente.
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Sentado em frente ao apresentador de tevê, o candidato aguarda o início do programa de entrevista. Alguém no estúdio informa: “Entramos ao vivo em 5, 4, 3, 2, 1...” Toca a musiquinha do programa. O candidato olha para a câmera, sorri e faz um gesto com a mão imitando uma pistola. O apresentador começa:
‒ Candidato, primeiramente, quero agradecer, em nome da emissora, pelo senhor ter aceitado nosso convite para esta entrevista.
‒ Eu que agradeço.
‒ Neste primeiro bloco, o desafio consiste em testar o poder de síntese do candidato. O senhor deve responder a cada pergunta o mais resumidamente possível. São perguntas do povo, enviadas por pessoas simples.
‒ Estou pronto, pode mandar a primeira.
‒ Candidato, o senhor gosta de verdura?
‒ Muito. Inclusive, se eu for eleito, criança vai ser obrigada a comer verdura no café, no almoço e no jantar. Não comeu, vai pro pau-de-arara.
‒ Candidato, em caminho de rato, tatu caminha dentro?