O humorista Renato Aragão completa hoje 83 anos de idade. Com 50 anos de carreira, o cearense ganhou recentemente uma biografia que, alguns críticos, como Maurício Stycer da UOL consideram "um livro sem sal".
A ideia partiu do próprio humorista, "antes que alguém faça" segundo ele próprio relatou em entrevista.
O resultado é um conjunto de histórias e causos, encadeados sem maior apuração nem contextualização. Renato é enaltecido como um super-homem, com dezenas de talentos e nenhum defeito, dono de uma carreira em linha reta, sem tropeços, cercado apenas por amigos, sem desafetos. É atleta, cinéfilo, apreciador de alta literatura e conhecedor de história, compositor musical, entre outros atributos.
Não questiono a opção de evitar entrar em minúcias sobre a vida pessoal. Mas lamento muito a falta de disposição para mergulhar a fundo na carreira de Renato Aragão, construída em um período dos mais férteis e menos documentados da história da TV. Mesmo o maior fã de Renato e dos Trapalhões vai chegar ao final da leitura deste livro desconfiado de que partes importantes da trajetória profissional do artista foram varridas para debaixo do tapete. (Maurício Stycer)
SERVIÇO
“Renato Aragão – Do Ceará para o coração do Brasil”, de Rodrigo Fonseca (Estação Brasil, 304 págs., R$ 49,90)