Um vídeo com clips históricos fascinantes que (provavelmente) nunca havíamos visto antes.1. Adolf Hitler nos Jogos Olímpicos de Berlim 1936, alterado pelo uso de metanfetaminas pic.twitter.com/ASoHrugRsV— Desarrollo Exponencial🚀 (@realTigerAgency) January 3, 2025
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
VÍDEO. Registro de Hitler pouco conhecido nos dias de hoje
CENSURA. Da necessidade da música buscar o duplo sentido
O retorno da música da Rita Lee e Roberto de Carvalho, “Mania de Você, na trilha da novela homônima, desperta a curiosidade para o uso de imagens de sentido duplo, como forma de burlar a Censura da época.
“Foi em cinco minutos que a gente fez Mania de Você. A gente tinha acabado de transar, ele pegou o violão e eu o caderninho e começamos: Meu bem, você me dá água na boca…, contou a cantora em seu Songbook – Volume 2. A gente estava em estado de graça, completou".(1) O irreverente Tom Zé, colega de Rita Lee no movimento tropicalista e um de seus parceiros musicais, definiu a canção como uma balada pós-trepada".
Mas na época, tanto a gravação da Rita como nos shows, ela pronunciava
o “rolar” no refrão da música, com o “o” fechado: rôlar – já que o verBo rolar foi
a maneira com que a autora conseguiu liberar a música numa fase mais rígida da Censura
de Brasília.
https://youtu.be/OKw0iTXb0ZI?si=pQkoJBmqU1JElOst
O duplo sentido foi o recurso que compositores recorreram na
época superar situações ligadas à Censura de governos onde a liberdade de expressão
sofria as contingências ditatoriais. Na ditadura militar os censores agiam a
seu bel grado, impedindo que chegassem ao público músicas da resistência e até
aquelas que não tinham nada a ver, mas a “inteligência da Polícia” suspeitava
de tudo.
Bons compositores como Chico Buarque chegaram a usar pseudônimos,
como Julinho da Adelaide em “Acorda, Amor”, para referir-se à repressão
policial do regime. Uma outra música do Chico, Cálice,
usa figuras bíblicas para mostrar a sua resistência ao sangue derramado pelos
militares.
Mas o duplo sentido vem de longas datas. Consta que nos bailes dos anos 60, em Clubes como Líbano, Náutico, Diários e outros - que eram animados por Ivanildo e seu conjunto, o baião “Criola” de Moreira Filho, era citado com a expressão referente ao tamanho do sexo masculino: "que rola!"
https://youtu.be/JlHvbIsqVyo?si=MHQq3DGLHzcFzQxR
Aliás, o sexo sempre permeiou as letras de músicas de sucesso como a Severina
Xique Xique, de Genival Lacerda)
que falava subrepticiamente do órgão genital da Severina trocado pela palavra boutique:
“Quem não conhece a Severina Xique Xique
Que botou uma boutique para a vida melhorar
Pedro Caroço, filho de Zeca Gamela
Passa o dia na esquina fazendo aceno pra ela
Ele tá de olho é na boutique dela!
Não se impressionem, a música de duplo sentido ganhou até o
repertório de mocinhas apresentadoras de programas infantis na TV Manchete,
como a cantora Angélica, que explodiu nas paradas com o solitário sucesso “VOU
DE TÁXI” – Angélica
“Mas no banho / foi só me tocar / de repente lembrei do teu olhar...”
Há casos grosseiros como o da música da dupla Felipe e Falcão, “Quem quer verdura”, narrando a vida de um feirante anunciando o seu produto “verdura”.
https://www.letras.mus.br/felipe-e-falcao/285277/significado.html
Bezerra da Silva usou muito o “sentido duplo”. E na música “Tem Coca Aí Na Geladeira, não é sobre o
refrigerante que ele se refere, mas que se trata de uma outra coca, bem proibida.
O repertório carnavalesca é repleto de marchinhas com duplo sentido. Até Silvio Santos entrou no embalo cantando A Pipa do Vovô , cuja metáfora da expressão é órgão sexual do velho. Você, já sabe qual é a metáfora da expressão “pipa do vovô”? (1)
O clássico Prenda
o Tadeu, de Maria Alcina, é um bom exemplo de música de forró com
duplo sentido.
A letra resgata uma história bem popular do folclore
mineiro, de uma moça direita que perde a virgindade para um homem, que nesse
caso se chama Tadeu.
E nos anos 70, o Kid Abelha gravou uma canção que aborda os
relacionamentos abusivos: Como
Eu Quero. Essa temática fica clara no refrão: eu quero você
como eu quero.
===
Para encerrar, surpreenda-se com Hallelujah, de Leonard
Cohen. Interpretada como religiosa Hallelujah,
é uma canção (linda, diga-se de passagem) mas cuja mensagem original não é de
louvor.
Your faith was strong, but you needed proof
Sua fé era forte, mas você precisava de prova
You saw her bathing on the roof
Você a viu se banhando no telhado
Her beauty and the moonlight overthrew you
A beleza dela e o luar arruinaram você
A canção é recheada de referências bíblicas, mas na
verdade fala sobre um romance e coloca a fé como algo frágil. Essa
interpretação fica ainda mais clara na versão
do Jeff Buckley.
Por hora, basta...
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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
CULTURA. Obras que agora estão livres de direitos autorais
Li no Meio, uma novidade deste 2025: as obras de autores, que completaram ou estão próximas a se tornarem centenárias, estão livres de direitos autorais, a partir de hoje. Dois exemplos: Popeye e o Tintin.
O marinheiro, famoso pelas tirinhas Thimble Theatre, estreou em 1 de janeiro de 1929. Inicialmente, sua força extraordinária não vinha do espinafre — esse detalhe só foi acrescentado em 1932. Tintin apareceu em 10 de janeiro do mesmo ano, nas páginas da revista Le Petit Vingtième, e suas aventuras culminaram no livro Tintin no País dos Sovietes, iniciando a trajetória do repórter mais icônico dos quadrinhos, sempre ao lado de seu leal cão Milu.
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ESTÃO NA LISTA
LITERATURA:O Som e a Fúria, de William Faulkner, Adeus às Armas, de Ernest Hemingway, e Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf — agora disponíveis para todos.
CINEMA: filmes como Chantagem, de Alfred Hitchcock, A Guarda Negra, de John Ford, e A Caixa de Pandora, de G.W. Pabst, que também já estão livres de direitos autorais.
DESENHO ANIMADO: Mickey Mouse, que começava a sair da proteção com sua estreia em Steamboat Willie, tem agora mais animações disponíveis, como The Karnival Kid. : M
MÚSICA: clássicos como Rhapsody in Blue, de George Gershwin, e Ain’t Misbehavin’, de Fats Waller, se juntam à coletânea de obras livres.
ARTES PLÁSTICAS: pinturas de Salvador Dalí também entram para o hall do domínio público, incluindo Prazeres Iluminados, As Acomodações do Desejo e O Grande Masturbador.
CRÔNICA por um ano que chega novo , cheio de novidades
Olá!
A essa altura da manhã de 1º de janeiro, ainda deve ter gente voltando agora pra casa pra conciliar o sono. A noite foi longa. De despedidas. E de chegadas. Muita gente foi à praia para enxotar o ano velho e saudar o novo, que chega - como tudo que é novo - respaldado de esperanças. De que as coisas velhas se percam na ampulheta e deixe brotar somente as sementes do bem. Da verdade.
Essa é uma rotina do mundo desde que o mundo é mundo. Muda-se a folhinha. Nos colocamos ao lado do berço do ano-menino que nasce em Janeiro e que ele possa trazer as benesses, as coisas boas, que Deus e o mundo anciosamente aguardam. As velhas, que o ano velho tenha levado: a mania de repetir os mesmos erros. As falhas morais que, há anos, estamos regurgitando sem querer jogá-las fora.
Acorda menino novo chamado 2025. Ajuda-nos a sermos melhores do que fomos ontem. A ter um olhar mais sereno. A falar palavras menos ríspidas. A tratar bem nós e os outros. Porque a gente sabe, de cor e salteado, que só "depende de nós / Quem já foi ou ainda é criança / Que acredita ou tem esperança / Quem faz tudo pra um mundo melhor"(*).
(*)Depende de nós (Ivan Lins)