Uma geração desinformada
Por Carlos Delano Rebouças
Ilustração Idocode |
Quando criança, acho que se tratava de quase uma regra para muitos da minha época, éramos orientados (ou quase obrigados) a assistir ao Fantástico nas noites de domingo. Era como se fosse a maior e única oportunidade de nos informar sobre tudo que aconteceu na semana, saber de fato o que fora tratado nos demais noticiários de rádio e de TV os quais não pudemos acompanhar.
Tratava-se de uma espécie de cultura, visto que essa orientação vinha seguida da seguinte argumentação: "Assista que amanhã, na escola, o professor pode perguntar alguma coisa que passou no Fantástico e você vai está pronto para responder". E nisso acreditávamos e atentos todos ficavam à telinha do plim-plim.
Hoje os tempos são outros... Vivemos a era da informação, apesar de conscientes de que nunca estivemos tão desinformados do que acontece de importante para nós, para a sociedade. Há quem culpe o avanço da tecnologia, que leva os mais jovens, das gerações Z e Alfa, a não terem mais tanta identificação com a televisão como as anteriores X e Y. Os smartphones nem sempre são usados como canais de informações atraentes, na palma da mão, quando se tem um fortíssimo concorrente chamado redes sociais.
Talvez novos tempos possam nos mostrar que serão pelas redes sociais que ficaremos bem mais informados e com qualidade. Acredito que para isso será necessário um esforço grande, descomunal, para conscientizar as novas gerações da necessidade e importância de sempre estarmos a par de tudo que acontece no mundo, mesmo que um professor geração X não venha fazer perguntas no dia seguinte.
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