Alberto Dines
Cinco dias depois de empossada e devidamente enfaixada, a presidente Dilma Roussef através do ministro das Comunicações solta um balão de ensaio que tem o potencial de um tsunami político associado a uma revolução midiática com profundas implicações nos modos, costumes e decoro parlamentar.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo" publicada nesta sexta, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, com o seu estilo sóbrio e preciso defendeu de forma inequívoca o fim das concessões de rádio e TV a parlamentares.
Só isso? Pois "isso" é simplesmente extraordinário. "Isso" equivale o fim do coronelismo eletrônico. "Isso" é, há décadas, o sonho da esquerda, dos liberais, dos secularistas, dos cientistas políticos, educadores, líderes comunitários, ONGs e dos congressistas decentes, comprometidos com o interesse público e que não compactuam com ilicitudes. "Isso" é uma colossal aberração que legaliza o conflito de interesses e permite que congressistas controlem as concessões de radiodifusão e, ao mesmo tempo, sejam seus beneficiários.
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