
Quem será o jovem adormecido, estendido em frente a uma agência bancária, contrastando com o vai-e-vem de pessoas 'de boa aparência', utilizando esse símbolo do mercado capitalista que são os bancos. Na mesma calçada, a poucos metros, um outro jovem - ao que parece dominado pelo álcool - mistura-se aos dejetos da lixeira, com ares de ter sido remexida por quem dela tira o ganha-pão.
A cidade assemelha-se a Saturno que devora os próprios filhos na mitológica imagem. Cresce a passos de gigante e os problemas, idem. As soluções permanecem anãs. Para evitar acidentes pela ausência de sinalização horizontal, moradores da Aldeota resolveram desenhar o 'pare' que deveria ser preocupação dos órgãos públicos.
Nada foge ao olhar atento de quem resolve tirar o sábado para coletar imagens de uma cidade com as vestimentas de metropole, mas que parece ter perdido a naturalidade de outros dias. Que arrasa com as árvores numa disfarçada poda, para dar espaço aos anúncios de um mercado de consumo que devora não apenas o nosso real, mas a real consciência de preservar o que resta de Natureza.
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