Os jornalistas da Editora Globo, do Rio de Janeiro, que integram as redações dos jornais impressos O Globo, Extra e Expresso, realizaram, nesta quarta-feira (8), uma paralisação por um período de quatro horas, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.
A categoria reivindica reajuste salarial de 10,60%, pelo índice de inflação da data-base, e reposição das perdas. No entanto, a Editora Globo oferece apenas 4%.
A adesão ao movimento é grande e a redação do Globo ficou praticamente vazia.
“Essas paralisações são históricas no Rio. A última aconteceu há mais de 30 anos. Os jornalistas estão fazendo história no movimento sindical. A participação na paralisação de hoje só não foi maior porque muitos profissionais estão com Covid”, afirmou Rosa Leal, diretora de Relações Institucionais da entidade.
Um dos jornalistas que aderiram à paralisação relatou à Fórum o que chamou de absurdo: a direção da editora usou artifícios para dar a impressão à categoria e à opinião pública de que não houve adesão ao movimento. Por temer represálias, o profissional manteve o anonimato.
“Os jornalistas fizeram as matérias frias antes do início do ato e os chefes estavam subindo o material, durante a paralisação, com assinatura do repórter para depois dizer na manifestação que não teve paralisação nenhuma, que não teve adesão”, contou.
“A paralisação foi de quatro horas. Essa tentativa deles só vai fazer a gente continuar buscando outras estratégias para fazer outras manifestações ainda mais fortes. A redação está vazia. Só mostra que a estratégia deles de não conversar não vai funcionar. Usaram, inclusive, estagiários para isso. Fizeram parecer que a adesão foi fraca burlando a paralisação. Houve adesão em massa de jornalistas e fotógrafos”, acrescentou”.
Rosa Leal considerou “um absurdo” o que classificou como “manobra”. “O sindicato vai se aconselhar com nosso departamento jurídico para ver o que a gente pode fazer para evitar esse tipo de manobra”.
ORIGINAL: FENAJ