A denúncia a seguir foi divulgada pelo Daily What. e mostra a face cruel da ditadura de Kadafi:
Uma mulher líbia de Benghazi, que se identificou como Eman Al-Obeidy conseguiu adentrar no Rixos Tripoli Hotel, que abriga membros da imprensa estrangeira, pedindo para falar com os repórteres da Reuters e The New York Times .
"Olhe o que os homens de Kadafi fizeram comigo", disse antes de mostrar uma série de hematomas e cicatrizes que ela alegou foram infligidos sobre ela durante um estupro que ela sofreu ao ser detida pela milícia de Kadafi durante dois dias.
A senhora Obeidy disse aos jornalistas que foi presa nos arredores de Trípoli e levada embora. "Eu estava amarrada; eles defecaram e urinaram em mim. Eles violaram a minha honra", contou, explicando que conseguiu escapar, mas seus amigos não tiveram tanta sorte. "Eles ainda estão lá".,
Enquanto os repórteres se mobilizaram para fazer perguntas, agentes de segurança e funcionários do hotel tentaram removê-la do edifício pela força, com socos e pontapés, empunhando armas e facas, além de quebrar e apreender equipamentos de gravação. Seguranças conseguiram agarrar a mulher, arrastando-a até um carro branco enquanto ela gritava: "Eles estão me levando para a prisão, eles estão me levando para a cadeia."
Um porta-voz do governo disse mais tarde que a mulher parecia estar bêbada e ser uma doente mental, acrescentando que "a segurança dela, claro, está garantida.Com relação às denúncias de tortura, o porta-voz disse que as autoridades estavam investigando mas adiantou que poderia ser "fantasias". Charles Clover, repórter do Financial Times, que tentou proteger a senhora Obeidy dos guardas de segurança, foi colocado em uma van e levado à fronteira. O governo da Líbia obrigou-o a deixar o País.