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02 fevereiro 2011

CINEMA. Filho do roterista fala do filme proibido


Quinze dias depois de postarmos aqui a respeito do filme "Operação Tumulto", realizado em Fortaleza, Aracati e Canoa Quebrada, eis que Mathieu Duvignaud, filho do roteirista do filme, acabou lendo o texto e mandou o seguinte recado:
"bom dia, eu sou o filho do Jean Duvignaud, roteirista do Filme Operação Tumulto. Estou querendo uma copia do filme, parece que a cinemateca francesa tem uma, estou atrás ... complicado ! Se consigo, podemos pensar em fazer uma projecção no ceara. Por acaso, ou nao ... trabalho tb com cinema, vivo no Brasil, em natal ! abraços mathieu Duvignaud".

15 janeiro 2011

CINEMA. O filme proibido feito em Canoa


O mistério cerca o primeiro filme estrangeiro a utilizar as belezas de Canoa Quebrada, no final da década de 60. "Le Grabuge", título original para 'Operação Tumulto', teve locações no Ceará e no Rio, até ser destruído pela empresa distribuidora, a Fox, segundo confirma o site IMDb, especializado em cinema.

No ano de 1968, eu estudava no Liceu e lia pelas páginas de O Povo, acerca das filmagens de 'Operação Tumulto'. Na época, gazeei aula para assistir o trabalho nas locações da capital. Lembro-me bem das cenas de perseguição e morte feitas na esplanada do Mucuripe. Depois, a equipe se deslocara para o interior: Canoa Quebrada e Aracati, além de locações no Rio.

O filme é de Édouard Luntz (1931-2009), cineasta que fez sucesso em Cannes com o curta "Enfants des Courants D'Air", filme sobre meninos marginais. Por causa dele, recebera convite da Fox para fazer um longa. Ele elegera o Ceará como cenário. Consta que teria alterado o roteiro original e acarretado a ira dos produtores norte-americanos. Outra versão diz que a produção desagradou os militares brasileiros que comandavam a ditadura de 64.

Estrelado por Patricia Gozzi, Calvin Lockhart (falecido em 2007), Julie Dassin (filha do cineasta Joe Dassin) e com participação dos brasileiros José Lewgoy e Zózimo Bubul, o filme teve música de Baden Powell e nunca foi exibido em nenhum lugar do mundo. O diretor chegou a ir a Justiça reclamar seus direitos, mas a produtora tomou uma atitude radical: destruiu o filme. Só existem algumas fotos de "Le Gabruge", uma tentativa do autor de trabalhar fora dos clichês de Hollywood.