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sábado, 15 de janeiro de 2011

CINEMA. O filme proibido feito em Canoa


O mistério cerca o primeiro filme estrangeiro a utilizar as belezas de Canoa Quebrada, no final da década de 60. "Le Grabuge", título original para 'Operação Tumulto', teve locações no Ceará e no Rio, até ser destruído pela empresa distribuidora, a Fox, segundo confirma o site IMDb, especializado em cinema.

No ano de 1968, eu estudava no Liceu e lia pelas páginas de O Povo, acerca das filmagens de 'Operação Tumulto'. Na época, gazeei aula para assistir o trabalho nas locações da capital. Lembro-me bem das cenas de perseguição e morte feitas na esplanada do Mucuripe. Depois, a equipe se deslocara para o interior: Canoa Quebrada e Aracati, além de locações no Rio.

O filme é de Édouard Luntz (1931-2009), cineasta que fez sucesso em Cannes com o curta "Enfants des Courants D'Air", filme sobre meninos marginais. Por causa dele, recebera convite da Fox para fazer um longa. Ele elegera o Ceará como cenário. Consta que teria alterado o roteiro original e acarretado a ira dos produtores norte-americanos. Outra versão diz que a produção desagradou os militares brasileiros que comandavam a ditadura de 64.

Estrelado por Patricia Gozzi, Calvin Lockhart (falecido em 2007), Julie Dassin (filha do cineasta Joe Dassin) e com participação dos brasileiros José Lewgoy e Zózimo Bubul, o filme teve música de Baden Powell e nunca foi exibido em nenhum lugar do mundo. O diretor chegou a ir a Justiça reclamar seus direitos, mas a produtora tomou uma atitude radical: destruiu o filme. Só existem algumas fotos de "Le Gabruge", uma tentativa do autor de trabalhar fora dos clichês de Hollywood.

6 comentários:

André de Oliveira disse...

Pô, interessante. Um filme em pleno pipocar de 1968. Sabe se sobrou algo mais que as fotos, como roteiro etc.?

TV documentaries Creation disse...

boma dia,
eu sou o filho do Jean Duvignaud, roteirista do Filme Operação Tumulto. Estou querendo uma copia do filme, parece que a cinemateca francesa tem uma, estou atrás ... complicado ! Se consigo, podemos pensar em fazer uma projecção no ceara. Por acaso, ou nao ... trabalho tb com cinema, vivo no Brasil, em natal !
abraços

mathieu Duvignaud

Unknown disse...

Muito bacana essa história... Meu Pai e meu Sogro eram militares na época e partciparam das filmagens

Otacílio disse...

Acompanhei uma manhã de filmagem dessa produção. Publiquei, no meu facebook uma foto do Farol do Mucuripe, em Fortaleza, com a filmagem de uma cena em que participam policiais da Polícia Militar do Ceará. Na cena os policiais encurralam um personagem que, em fuga, escondeu-se no interior do Farol. Naquela ocasião registrei alguns momentos da manhã de filmagem. Publiquei somente uma foto: www.facebook.com/otacilio.pereira.16






















Tonnel disse...

Meu falecido pai foi um dos motoristas que trabalharam nesta filmagem.

Anônimo disse...

Eu presenciei a cena do farol e outras.
Fui com meu pai que foi o motorista do José legoy em uma das cenas.
O carro galaxie era dele.
Alugou 2 caminhões para a produção do filme que serviam além do transporte dos equipamentos também de camarim dos atores e atrizes. Também foram pra canoa quebrada.
Fato interessante a produtora colocou um anúncio no jornal para contratar 50 negros
E foi muito difícil a seleção deles pois exigiam que fossem retintos e os que se candidataram eram mestiços. Tenho algumas histórias sobre este filme.
E por aí vai.
Joaquim 85 994048422