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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

DEU NO JORNAL. Violência contra jornalistas cresce no Brasil

A violência contra jornalistas cresceu em 2016, de acordo com o relatório da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) divulgado nesta quinta-feira (11), no Rio.

Segundo o documento, 161 casos de violência foram registrados no ano passado —crescimento de 17,52 % em comparação com 2015 (137). Em 2014, a entidade contabilizou 129 casos.

"O relatório revela que estamos enfrentando uma escalada da violência muito grave contra a nossa categoria. Apesar de todas as intervenções, esperávamos que a violência sofresse uma queda. O que infelizmente não aconteceu", disse a presidente da Fenaj, Maria José Braga.

O levantamento da Fenaj foi feito em parceria com os sindicatos de jornalistas.

Assim como em 2015, dois jornalistas foram mortos no país no ano passado, segundo a Fenaj.

No dia 17 de agosto, o jornalista Maurício Campos, dono do jornal "O Grito", foi morto por um desconhecido em Santa Luzia, Minas Gerais.

O outro assassinato ocorreu em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, no dia 24 de julho. João Miranda do Carmo foi assassinado pelo ex-chefe de segurança da administração municipal, Douglas Ferreira de Morais, e o filho dele, Rooney da Silva Morais. Carmo era responsável pelo site "SAD Sem Censura".

O relatório aponta, no entanto, que houve queda no número de assassinatos de outros profissionais de comunicação, como radialistas e blogueiros —de nove para cinco mortes.

"Mesmo assim, precisamos denunciar e chegar aos culpados", acrescentou Maria José.

A entidade também informou que quatro jornalistas foram condenados criminalmente pela Justiça —dois em Alagoas, um em Minas Gerais e outro no Paraná.

"Esse dado vale a pena destacar. São penas desmedidas. Acreditamos que tem que existir uma investigação diferenciada. Essas questões precisam ser tratadas no âmbito cível, o que não está acontecendo", afirmou Maria José.

[...] Os principais responsáveis pela violência contra jornalistas são policiais (25,47%), manifestantes (18,63%) e políticos ou assessores de políticos (15,53%). 


Texto da Folha de SP

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