O formato de programação radiofônica conhecido como all news foi criado em 1961 pela emissora XETRA de Tijuana, no México.
Na segunda metade da década de 1960, o modelo adquiriu relevância no mercado norte-americano.
Na Europa, foi adotado algumas décadas depois a partir da criação da France Info, em 1987, e da Catalunya Informació, em 1992.
Ao realizar esta mudança na programação, entre os anos 1980 e 1983, a Rádio JB am tentou introduzir um novo hábito junto ao ouvinte e as notícias eram irradiadas durante a maior parte do dia.
Em 1986, a JB concentrou o conteúdo noticioso nos horários nobres, fazendo uma espécie de “all news amenizado”.
Mas, sem definir com clareza seu público e a sua proposta, a fórmula não funcionou, o que fez com que a emissora voltasse à sua antiga combinação de música e informação para a elite.
Criada em 1991, já pensando em uma rede que alcançasse as capitais do Rio e de São Paulo, a CBN, "A rádio que toca notícia”, foi a primeira iniciativa de sucesso de uma emissora com programação essencialmente jornalística.
A emissora abandonou a rigidez do formato de notícias em fluxo e, embora atualmente concentre sua programação em diversos gêneros jornalísticos, transmite também programas que a reaproximam da tradição das principais emissoras informativas brasileiras.
As filiais e afiliadas da rede seguem entre as emissoras líderes de audiência nos mercados em que atuam, fazendo da CBN a empresa mais lucrativa do sistema Globo de rádio.
Com uma proposta diferente da CBN, que começou no am, e só depois passou a ter transmissão simultânea em fm, a BandNews é criada em 2005, direto na frequência modulada (fm).
A segmentação, que era uma tendência baseada apenas na divisão entre música nas fms e informação, serviços e esportes nas ams, passa a ser imperativa na sobrevivência das emissoras dos mercados mais competitivos.
A importação de formatos e gêneros faz parte da história do rádio brasileiro.
Mas experiências como as da Rádio Jornal do Brasil, da CBN e da BandNews mostram que o modelo precisa ser ‘aculturado’ à tradição do radiojornalismo brasileiro.
O “all news à brasileira” tem se consolidado como um formato tão interessante e competitivo quanto os demais já reinventados no país desde os tempos dos jornais falados e do Repórter Esso.
Esse é um texto da Agência Brasil EBC