Foi num março como esse que iniciei minha vida universitária na UFC. Passei para História, mudei para Direito. Freqüentei salas de Letras e de Economia, pagando cadeiras além do básico, até decidir por freqüentar o Curso de Comunicação, a par de um trabalho que já desenvolvíamos no rádio. Era tempo de ditadura braba.
Alunos de comunicação, lembro-me da enorme dificuldade para publicarmos qualquer coisa. Até o fanelógrafo era interditado ao nosso uso. E no intervalo das aulas, o Luiz Eduardo Solon inventou de criar uma sala de esportes para reunir a turma. E foi lá, onde o totó ocupava nosso tempo, desviando nossa atenção do importante exercício de escrever, criar um jornalzinho, imprimir qualquer texto dentro do circuito a fim de expor nossas ideias.
Nas salas de aula, circulava a informação da presença de agentes travestidos de alunos que, iam no dia que bem quisessem e não tinham problemaas com provas ou lista de chamada. Os companheiros alertavam uns aos outros sobre o papel de dedo-duro da maioria deles. E, confesso, encontrei alguns depois de formado trabalhando na Polícia, sem nunca demonstrar nenhum vínculo com a área de comunicação.
Lembrei-me de tudo isso, ao ver essa foto de um novo modelo de totó e lembrar do tempo em que não se podia praticar o jornalismo no interior dos cursos de Jornalismo; mas se podia jogar abertamente partidas de totó, com vistas ao quê - é que eu nunca pude compreender.