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Toda a minha família se reuniu com uma psicóloga, contando com o apoio irrestrito de amigos e médicos que queriam me salvar a vida e me livrar do fundo do poço. Fui internado contra a minha vontade, naquele primeiro momento, pois já houvera ficado internado uma vez, no passado e sabia do sofrimento que é ficar confinado, tomando remédios pesados e lutando contra a abstinência. Não havia outra saída.
Na clínica, meus dias foram de muita determinação. Não raro, via colegas chorando feito crianças, sofrendo com a falta das drogas no organismo. Alguns tinham que ser amarrados, em crises que duravam até uma aplicação de um forte tranquilizante.
No início do meu tratamento, os médicos faziam uma previsão de alta total para um período entre quatro e seis meses, mas eu me determinei e depois de um mês, recebi alta da clínica e parti para a segunda etapa do tratamento, que seria realizada na casa da minha mãe.
Continuei tomando os remédios fortíssimos, que tem como efeito colateral uma prisão de ventre insuportável conhecida como constipação. A vontade de defecar é enorme, mas as fezes não são expelidas pelo organismo, por dias e dias causando um desconforto pra ser esquecido. As dores passam a ser insuportáveis.
Confinado na casa da minha mãe, passei mais um mês, tomando remédios e me preparando para o retorno. foram dias tristes, acompanhados de muito sofrimento. A abstinência causa depressão, tristeza, falta de graça pra viver. No finalzinho de dezembro, pra início de janeiro voltei para as minhas atividades profissionais, na TV DIÁRIO. Houve uma mudança repentina na minha vida. Deixei de frequentar bares, de encontrar amigos muito queridos, em troca de recuperar a saúde e posteriormente, a credibilidade no trabalho. Mas essa mudança foi dolorida, porque não me preparei pra mudar, de forma repentina, o meu "modus vivendis". Como sou solteiro e moro só, meu refúgio eram os bares, as noitadas regadas a drogas e álcool. Tinha medo de chegar cedo à casa e sofrer de solidão. O jeito era ficar na rua até quase de manhã e quando chegava à casa, exausto, nem sempre conseguia dormir. Isso me causava um efeito dominó inacreditável. Quanto mais o tempo passava, mais eu era consumido pelo efeitos devastadores das drogas.
Ao deixar a casa da minha mãe parti para a terceira etapa do tratamento, que seria, numa decisão minha, sem o uso de remédios. Passei a me dedicar ao trabalho e voltei aos estudos com o objetivo de cursar uma faculdade em breve. Estou aguardando mais alguns dias para assinar contrato em mais um trabalho, completando assim minha carga horária diária, preenchendo todo o dia. Com isso, fico longe das tentações.
Hoje tenho sentido crises de ansiedade, como consequência da abstinência. Tudo o que acontece na vida de qualquer ser humano com saúde, pra mim é super exagerado, me causando crises de tristeza. Um simples encontro frustrado pode consumir minha alegria por dias e dias. O que faço então ? Vou ao trabalho e depois sigo para os meus estudos. Uma consulta com meu psiquiatra está marcada para esta semana, como parte de um acompanhamento que faço, para evitar recaídas.
Depois de vinte e cinco anos, deixei de beber, única forma que encontrei para eliminar a dependência química e voltar a ter uma vida normal. Se não fossem os problemas de controle dos nervos em momentos de pré-depressão, causada pela abstinência, poderia dizer que estou totalmente curado, mas não é bem assim. A minha luta é diária. Dia após dia, a vigilância é maior. O problema é que quando chego à casa para dormir, me falta alguém para um diálogo, uma pessoa que venha com o objetivo de crescer, de criar laços. Esta ausência atrapalha um pouco minhas noites, digo com relação à tristeza que me é imposta e é bom lembrar que apesar do álcool e das drogas, que a noite nos apresenta, há também o outro lado. Conhecemos pessoas legais, com bons papos e isso, pra mim, tem se tornado difícil, já que hoje não frequento mais as baladas.
Escrevi este texto como forma de abrir os olhos das pessoas que um dia pensam em usar drogas e bebidas. Veja onde isso pode parar: Internações, fundo do poço, solidão e morte. Já pensou em um problema que vai lhe acompanhar durante toda a vida, lhe forçando a contar os dias, um a um, com o objetivo de pensar assim: -Hoje eu não bebi nem usei drogas. Amanhã a contagem recomeça.
De tudo o que me foi imposto pela vida como sofrimento, nos últimos quatro meses, me livrei das internações, passei pelos remédios, deixei meus amigos queridos pra lá, por não saber se teria condições de frequentar locais onde a tentação poderia destruir todo um tratamento. É uma sinuca que a vida trouxe e pousou em meu peito. Hoje enfrento a solidão da noite de forma determinada. Estou sempre atento, vigilante. E para as pessoas de bem, que eu encontrava nas baladas, fica a saudade. Já aqueles que me levavam ao precipício, torço para que, assim como eu, lutem por um objetivo maior, reencontrar a alegria de viver.
Hoje vivo sem drogas e sem álcool. Virei careta, com todo prazer e mesmo com as dificuldades para me adaptar ao novo modo de vida, estou muito feliz, pois já não me sinto aprisionado pelo poder devastador que a droga nos apresenta.
Não use drogas.
Uma confissão de quem procura se vencer. É o que o radialista Victor Hannover faz em seu BLOG ao comentar o problema que vive há algum tempo como adicto e a busca no sentido de recuperação. Fortalecido, principalmente, pela estima do pai Tom Barros e a força dos companheiros, Victor parece entrar numa nova fase de sua vida, para a qual todos desejamos seja de superação e reencontro consigo mesmo.
"Estou vivendo a terceira etapa de um tratamento contra a adicção, que seria algo semelhante a dependência química. Na primeira etapa, tive que deixar tudo, o meu emprego, os meu amigos, a minha casa, para passar um mês internado em uma clínica no Benfica, em Fortaleza.
Ficar preso não é fácil, mas eu não tinha outra opção a não ser esta, pois na liberdade das ruas, não conseguia deixar a bebida, que me levava ao uso de drogas, por um período longo, me arriscando a crises nervosas e até a problemas cardíacos que poderiam me levar a morte fulminante"."Estou vivendo a terceira etapa de um tratamento contra a adicção, que seria algo semelhante a dependência química. Na primeira etapa, tive que deixar tudo, o meu emprego, os meu amigos, a minha casa, para passar um mês internado em uma clínica no Benfica, em Fortaleza.
Na clínica, meus dias foram de muita determinação. Não raro, via colegas chorando feito crianças, sofrendo com a falta das drogas no organismo. Alguns tinham que ser amarrados, em crises que duravam até uma aplicação de um forte tranquilizante.
No início do meu tratamento, os médicos faziam uma previsão de alta total para um período entre quatro e seis meses, mas eu me determinei e depois de um mês, recebi alta da clínica e parti para a segunda etapa do tratamento, que seria realizada na casa da minha mãe.
Continuei tomando os remédios fortíssimos, que tem como efeito colateral uma prisão de ventre insuportável conhecida como constipação. A vontade de defecar é enorme, mas as fezes não são expelidas pelo organismo, por dias e dias causando um desconforto pra ser esquecido. As dores passam a ser insuportáveis.
Confinado na casa da minha mãe, passei mais um mês, tomando remédios e me preparando para o retorno. foram dias tristes, acompanhados de muito sofrimento. A abstinência causa depressão, tristeza, falta de graça pra viver. No finalzinho de dezembro, pra início de janeiro voltei para as minhas atividades profissionais, na TV DIÁRIO. Houve uma mudança repentina na minha vida. Deixei de frequentar bares, de encontrar amigos muito queridos, em troca de recuperar a saúde e posteriormente, a credibilidade no trabalho. Mas essa mudança foi dolorida, porque não me preparei pra mudar, de forma repentina, o meu "modus vivendis". Como sou solteiro e moro só, meu refúgio eram os bares, as noitadas regadas a drogas e álcool. Tinha medo de chegar cedo à casa e sofrer de solidão. O jeito era ficar na rua até quase de manhã e quando chegava à casa, exausto, nem sempre conseguia dormir. Isso me causava um efeito dominó inacreditável. Quanto mais o tempo passava, mais eu era consumido pelo efeitos devastadores das drogas.
Ao deixar a casa da minha mãe parti para a terceira etapa do tratamento, que seria, numa decisão minha, sem o uso de remédios. Passei a me dedicar ao trabalho e voltei aos estudos com o objetivo de cursar uma faculdade em breve. Estou aguardando mais alguns dias para assinar contrato em mais um trabalho, completando assim minha carga horária diária, preenchendo todo o dia. Com isso, fico longe das tentações.
Hoje tenho sentido crises de ansiedade, como consequência da abstinência. Tudo o que acontece na vida de qualquer ser humano com saúde, pra mim é super exagerado, me causando crises de tristeza. Um simples encontro frustrado pode consumir minha alegria por dias e dias. O que faço então ? Vou ao trabalho e depois sigo para os meus estudos. Uma consulta com meu psiquiatra está marcada para esta semana, como parte de um acompanhamento que faço, para evitar recaídas.
Depois de vinte e cinco anos, deixei de beber, única forma que encontrei para eliminar a dependência química e voltar a ter uma vida normal. Se não fossem os problemas de controle dos nervos em momentos de pré-depressão, causada pela abstinência, poderia dizer que estou totalmente curado, mas não é bem assim. A minha luta é diária. Dia após dia, a vigilância é maior. O problema é que quando chego à casa para dormir, me falta alguém para um diálogo, uma pessoa que venha com o objetivo de crescer, de criar laços. Esta ausência atrapalha um pouco minhas noites, digo com relação à tristeza que me é imposta e é bom lembrar que apesar do álcool e das drogas, que a noite nos apresenta, há também o outro lado. Conhecemos pessoas legais, com bons papos e isso, pra mim, tem se tornado difícil, já que hoje não frequento mais as baladas.
Escrevi este texto como forma de abrir os olhos das pessoas que um dia pensam em usar drogas e bebidas. Veja onde isso pode parar: Internações, fundo do poço, solidão e morte. Já pensou em um problema que vai lhe acompanhar durante toda a vida, lhe forçando a contar os dias, um a um, com o objetivo de pensar assim: -Hoje eu não bebi nem usei drogas. Amanhã a contagem recomeça.
De tudo o que me foi imposto pela vida como sofrimento, nos últimos quatro meses, me livrei das internações, passei pelos remédios, deixei meus amigos queridos pra lá, por não saber se teria condições de frequentar locais onde a tentação poderia destruir todo um tratamento. É uma sinuca que a vida trouxe e pousou em meu peito. Hoje enfrento a solidão da noite de forma determinada. Estou sempre atento, vigilante. E para as pessoas de bem, que eu encontrava nas baladas, fica a saudade. Já aqueles que me levavam ao precipício, torço para que, assim como eu, lutem por um objetivo maior, reencontrar a alegria de viver.
Hoje vivo sem drogas e sem álcool. Virei careta, com todo prazer e mesmo com as dificuldades para me adaptar ao novo modo de vida, estou muito feliz, pois já não me sinto aprisionado pelo poder devastador que a droga nos apresenta.
Não use drogas.
9 comentários:
Que Deus dê forças para que ele se recupere e aprenda a lição, e que aquele cara parrudo cheio de marra quando tava doidão suma e e dê lugar a um novo ser, que pelo menos dessa veez siga o exemplo do pai, que é simples e sem frescuras, que trabalha e faz por merecer a carreira que tem, Victor teve chances na carreira que muitos lutaram com talendo e não tiveram.
Pensa que pedra brinca é minino?
Um cara desses com o pai que tem, as oportunidades que teve na vida, devia dar graças a Deus em ainda estar vivo.
Acho esse rapaz muito è como posso dizer ? borsal ??? parece ate que ele è o unico drogado do mundo e que ser viciado è chic. meio arrogante etc. Mas mesmo assim dsejo toda sorte do mundo a ele e a seus familiares, passageiros involuntarios desse maldito trem. Que nossa senhora dos remedios a quem seu pai è tanto devoto, lhe der a força e a perseverança para vencer o mal.
Coragem, garoto, vc vai vencer mais essa.
Hannover, posso não estar mais próximo a você, mas te acho um cara super sensível, bom, companheiro e que não quer o mal de ninguém. Torço e rezo ao Deus da vida para que te dê forças. Você vai dar a volta or cima, tenho certeza. Aliás, já está dando. Um Grande abraço!
Agora já se sabe porque ele falava - e ainda fala - coisas do tipo "a bola é laranja, o gramado é verde, a cidade é Limoeiro e ao meu lado está o Lima Júnior, é muita vitamina C"! Estava noiado, tinha cafungado e fumado tudo... Será que agora vai parar de ser tão sem noção?
Um jovem simples que merece respeito de todos. Tive contato com Victor no Colegio Lourenço Filho, não considero "bosal",mas foi vitima de certos "amigos". Saúde e Paz para voce Victor e toda a sua familia.
Nem "BORSAL",muito menos "BOSAL".Não diria que seja "BOÇAL",apenas,na época,a empolgação que a notoriedade,para quem não está preparado,acaba jogando contra.Na roda gigante da vida,sempre haverá a oportunidade de estarmos por cima,desde que contribuamos,com amor,fé,determinação e vontade...muita vontade de vencer os obstáculos.Vença, Victor!
Parabéns garoto, toque sua vida pra frente, sou solteiro por opção, moro sozinho, não bebo e nem uso drogas e vivo feliz, arranje uma parceira e curta suas noites,se não quer algo sério, faz e acabou. Deixa a tristeza ora lá, um esquema aqui e outro ali, dar pra decolar.. abraços e tudo de bom. Aguenta as pontas e não volte mais a certos amigos, e uso de álcool e outros entorpecentes! a VIDA É BELA GAROTO! QUALQUER COISA ME LIGA, QUE LEVO AI DUAS AMIGAS, AI VAI MELHORAR SUA NOITE E A MINHA.. RSRSRSR. ABRAÇOS, DEUS TE ABENÇOE HOJE E SEMPRE....
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