Há imagens que não precisam de palavras. Essa é uma delas.
Carlos Delano Rebouças*
Os smartphones são hoje um equipamento que serve inclusive para fazer ligações, acreditem! Desculpem a ironia, para os mais atentos, mas essa afirmação é de fato indiscutível.
Quem também se define como bastante ligado às mudanças deve ter percebido que alguns ítens ou deixaram de fazer parte da nossa rotina, ou mesmo não mais fazem diferença nenhuma, passando sem serem percebidos, notados, e se um dia tiveram suas importâncias para alguém.
Quando íamos a uma consulta médica, havia uma disputa pela informação disposta naquela mesa de centro. O tempo de espera era recompensado com a aquisição de algo novo, nem sempre fresquinho, por meio do folheio de jornais e revistas. De repente, tínhamos que nos despedir deles pois chegava a nossa vez de ser atendido.
Assim também acontecia quando íamos a um salão de beleza, a um lava a jato, uma barbearia ou a uma oficina mecânica. E se faltava o impresso nas mãos, tínhamos a opção do atual painel, que um dia foi verde e chamado de flanelógrafo.
Hoje os tempos são outros... O celular ficou mais interessante, rápido e dinâmico. Consigo pesquisar muita coisa ao mesmo tempo, até que me falte tempo para outras coisinhas mais, inclusive me comunicar, ligar para alguém, falar sobre qualquer coisa que seja.
Enquanto isso, alguns poucos leitores clássicos, que parecem estarem em extinção, relutam em meio a toda essa mudança. Passam a ser vistos, talvez, como uma espécie de ET. Ganham os mais diversos adjetivos, pouco positivos, muito depreciativos e ofensivos, por estarem sendo diferentes de uma massa que se comporta diferente, sem respeitar as diferenças.
*Professor do SEST/SENAT