Hoje, 13 de julho, é o Dia do Rock. Melhor do que falar dele, e seguir a lista do jornalista Eberth Vêncio, na revista Bula, sobre as 10 mais importantes canções de rock da história da música.
Rock around the clock (Bill Haley and his comets, 1954)
Bill e seus cometas penetraram na atmosfera musical dos anos 1950 com um som tão impressionante e carismático que era impossível não se deixar desintegrar com os riffs e acordes. Depois de “Rock around the clock” — primeiro grande hit do estilo — os esqueletos nunca mais pararam de sacudir.
Long tall Sally (Little Richard, 1957
Romance, paixão, diversão a dois. Eis a sedutora fórmula apregoada nos primórdios pelos mensageiros do rock. Para completar, com o advento das pílulas anticoncepcionais no início da década de 1960, ninguém mais segurou o pequeno Richard e a esguia Sally: o amor começava, finalmente, a se tornar livre.
Jailhouse rock (Elvis Presley, 1957)
É impensável que os detentos de Pedrinhas do Maranhão trocassem toda a bruteza — deles e do cruel sistema carcerário do Estado — pelo som contagiante do Rei do Rock. Mas, não custa sonhar. Aliás, o sonho é um predicado da música e da arte. Que rolem as pedras. As cabeças, por favor, não. Não na frente das crianças, como disse minha avó quando papai tocou Elvis na vitrola da sala de estar pela primeira vez.
Johnny B. Goode (Chuck Berry, 1958)
Um caipira tocando guitarra numa cabana de madeira no meio da floresta. Qual a chance deste tema virar um sucesso de vendas no mercado da música sertanejo-universitária? Zero, ora bolas! No repertório das duplas urbanoides brasileiras, de sertanejo mesmo, só os motoristas burros pilotando seus camaros amarelos.
What’d I say (Ray Charles, 1959)
Em terra de cegos, quem tem um olho é rei, certo? Errado. O rock existe justamente para quebrar conceitos e paradigmas. Ray perdeu a visão ainda na meninice, acometido pelo tracoma, doença infecto contagiosa que atinge a pobreza, os desassistidos sociais do Estado. Mesmo sendo negro, mesmo sendo pobre, mesmo não enxergando o teclado do piano, ele cravou o seu nome da história da música.
Please please me (The Beatles, 1962)
Esta foi a primeira composição de Lennon e McCartney a atingir o topo nas paradas de sucesso inglesas, catapultando os Garotos de Liverpool ao estrelato e eternizando a sua obra. Por favor, me agradem: toquem aí qualquer canção dos Beatles, mesmo que seja uma tão bobinha e boa quanto “Please please me”.
(I can’t get no) Satisfaction — (The Rolling Stones, 1965)
Havia uma falsa rivalidade acirrada entre os Beatles e os Stones, um confronto sutil estereotipado entre os bem comportados e os “bad boys”. Havia um enorme jogo de cena, artimanhas mercadológicas para que ambas as bandas conquistassem o público. Na verdade, os rapazes eram bem próximos e amigos, inclusive, Lennon e McCartney cederam “I wanna be your man” para que Mick Jagger e sua trupe de antissociais gravassem. “Satisfaction” ficou marcada como a mais popular gravação dos Stones. Eu, por exemplo, sempre que ouço, quero um pouco mais. Eu nunca consigo me satisfazer, mas eu tento.
Foxy lady (Jimi Hendrix, 1967)
Em matéria de habilidade no manejo de uma guitarra, Jimi Hendrix é uma unanimidade entre seus colegas e fãs de música. Considera-se que ele seja o maior guitarrista desde a explosão do “Big Bang”. Neste momento, enquanto escrevo este texto, manifestantes ateiam fogo em pneus interrompendo o trânsito na cidade, ocupando os noticiários, intoxicando o meu dia. Outro protesto contra o Governo. Ato legítimo, atentado antidemocrático ou manifesto punk-rock? Impossível não recordar Hendrix metendo fogo na própria guitarra num palco em Monterey, em 1967.
Stairway to heaven (Led Zeppelin, 1971)
Muitos, inclusive eu, consideram esta a melhor canção de rock de todos os tempos. Trata-se de uma composição inspiradíssima, possivelmente ditada por Deus ou por um alienígena, a trilha sonora perfeita para adentrar no Paraíso, sentar-se à direita ou à esquerda do Pai — tanto faz — para juntos ouvirmos, com a máxima atenção, cada qual a sua maneira, outra grande obra de criação.