A Folha de SP comentou a estreia de Patrícia Poeta no Jornal Nacional. Destacou a sobriedade como marca da estreia. O artigo é de Keila Jimenez:
"A verdadeira estreia de Patrícia Poeta no "Jornal Nacional", na noite de ontem, nada teve em comum com a floreada troca de bastão entre ela e Fátima Bernardes, na segunda-feira.
Patrícia Poeta surgiu ríspida na escalada de notícias na abertura do noticiário, uma dama de vermelho com voz firme, tentando apagar o tom cordial e doce que a marcou no "Fantástico".
Em seu primeiro dia como apresentadora do "JN", ela apareceu com figurino sóbrio, quase sem maquiagem, e perdeu a alegria nos olhos. Movimentos contidos com as mãos e corpo quase imóvel. Nervosismo? Tentativa de passar credibilidade?
No dia anterior, um resumo de quatro minutos quis mostrar para o público que a nova dona da bancada tinha bagagem além de entrevistas com globais e lágrimas no "Fantástico".
Era quase como um recado ao telespectador: "Ela não é só bonita, viu? Ela tem conteúdo!".
Sem a mulher por perto, William Bonner estava mais à vontade. Na segunda-feira, o âncora até tentou, mas não conseguiu ser descontraído sem parecer forçado.
Na estreia de Poeta, sem nenhuma anormalidade no ritmo do noticiário, Bonner voltou ao seu hábitat natural.
Patrícia Poeta seguiu séria, quase sem sorrisos. Só no final, com notícias mais light sobre futebol, ela se soltou.
Mesmo com a estreia real da âncora, a audiência de hoje foi menor do que a de ontem. O noticiário marcou prévia de 31 pontos na terça-feira. Número dentro da média, só que bem inferior ao de segunda-feira. A transição em clima de novela mexicana registrou 35 pontos. Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande SP.
A saudade de Fátima ficou por conta do pessoal dos créditos. No encerramento do "JN", seu nome ainda apareceu como "editora-executiva e apresentadora". Alguém esqueceu de avisá-los".
Keila Jimenez é jornalista da Folha