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domingo, 23 de março de 2025

ARTIGOS. Ruy Castro relembra famosas "lambidas literárias"

 Este modesto blog não faz nenhuma questão de esconder a admiração que temos pelos escritos semanais de Ruy Castro. Eivadas de belíssima construção literária, suas crônicas publicadas na Folha de São Paulo atraem a atenção de leitores como eu que, significativamente, correm a divulgar para que outros as apreciem. A deste domingo é um memorial dos "ditos velhos tempos" em que se lambia a goma seca dos envelopes para fechar as cartas nos correios. 

Ruy cita autores memoráveis que fizeram das trocas de correspondência um hábito comum. São citados Henry Miller e Anaïs Nin,  Clarice Lispector e Fernando Sabino, Nelson Rodrigues - do sanatório para tuberculosos em Campos de Jordão, onde ele estava internado em 1938, - para sua então noiva Elza 

Mas é de Mário de Andrade a lembrança mais citada com as milhares de cartas trocadas para amigos como Manuel Bandeira, Carlos Drummond, Alceu Amoroso Lima, Tarsila, Portinari, Sergio Buarque, Murilo Rubião, Rodrigo M.F. de Andrade e o próprio Sabino". 

Recentemente, ao ir a um correio postar uma carta, Ruy certificou-se de que "o envelope não tinha na dobra aquele fio de cola desidratada que, nos velhos tempos, se lambia para fechá-lo". E conclui a crônica "Lambidas Literárias", imaginando quantos milhares de envelopes Mário de Andrade não terá lambido em vida para enviar suas cartas? Hectolitros, certamente. 

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