O tempo, costumamos dizer, é Senhor da
Razão. E ele exerce terrível domínio sobre nós. Impõe-nos as suas frações como
desafios, a serem vencidos.
Há tempo de nascer, plantar, colher, de
fazer isso aquilo outro, como escreveu o velho pregador Eclesiastes. De todos
os tempos, o da morte – da separação do corpo – é o que nos impõe maior
mistério.
Para onde vamos? Aliás, de onde viemos? Melhor
ainda, quem somos?
Quando alguém como Sandra nos deixa,
começamos a entender que somos, passageiros de uma nave mãe Terra, liberando as
memórias felicitadas pelo bem viver.
A ausência dela, nos requisita indagações
muitas: Pra onde foi? por que se foi?
Porque faz parte do jogo. Faz parte da
vida. Quando vivida com a intenção não
apenas do atender às exigências do corpo, ela tem uma transcendência. E nos
coloca no panteão dos imortais. Na lembrança de todos.
A vida tem um realce importante:
Vamos ao caso Sandra Chaves: além do comprometimento com o seu fazer jornalístico,
ela atendia a seu modo, o cumprmento de religiosidade do desiderato crístico:
amar ao próximo.
E esse é um degrau de valor enorme na escala para o crescimento espiritual.
É bom frisar que somos um ser espiritual
imortal em uma experiência humana temporária.
Sandra aplicava-se ao evangelho zelando
pelo amor nas visitas que fazia às internas da Casa de Nazaré, no Montese.
E o fazia não para demonstrar que era boa, que
desejava a morada celeste. Que era diferente das outras pessoas. Fazia por
amor. O amor do qual Cristo exaltava tanto.
Chegada a hora da partida, ela retorna à
pátria de origem de todos nós.
Deixa saudades, sim. Muitas. Mas o legado
que deixa é maior que o buraco que abriu em nosso coraçao sua partida.
É disso que devemos lembrar: da Sandra pessoa.
Da jornalista. Da Sandra amiga. Da Sandra meiga e sorridente. Da bonomia da
Sandra, como chaves para anrir as portas do que buscamos: um mundo melhor.
Se esse objetivo, tão disputado, ainda é dificil, mas a sua
busca, como dizia minha querida amiga Luiza Teodoro, já é um sinal de
humanitária convivência num planeta habitado por animais. Nós, os racionais e
os irmãos irracionais, estamos de passagem.
É que a Terra é apenas uma escola onde
aprendemos o ABC da evolução humana: amor, bondade, caridade.
A seu modo, a Sandra cumpriu esse dever. Terminado
o tempo escolar na Terra, adentra a dimensão da luz, onde todos voltaremos ao
encontro do nosso destino porto: a eterna idade. O tempo é o senhor do
condomínio da razão.
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