Vereadores de Fortaleza nesse retorno ao
trabalho, buscam inserir na pauta das sessões ordinárias, temas pouco comuns, na contramão de tantos problemas que afligem a população. Um
deles veio à baila hoje, com a discussão feita em plenário por um integrante
da casa, ao denunciar o conteúdo de uma melô-funk, que
parece fazer sucesso entre certo tipo de público.
A faixa é uma dessas anomalias musicais
consumidas por integrantes de festinhas promovidas ao arrepio da lei, muitas delas sob o
patrocínio de facções criminosas. A letra sugere o pagamento com o sexo por um
serviço - como o do uso de um aplicativo – usando o cartão de nome “Xerecard”. Nada
mais absurdo.
Até dá para compreender a preocupação da vereança local, usando o tempo para esse tipo de discussão. Mas ela seria bem mais providencial se não tivesse apenas a profundidade de um pires. O melhor seria que se levasse em conta as causas e não os efeitos que geram produções musicais de baixo nível oriundas da falta de uma política cultural que auxilie essa parcela da população a ter um melhor conhecimento musical. Em meio à realidade em que esses jovens vivem, o fracasso da educação tem como rival maior a violência que prospera nesse meio. O exemplo dessa música é mais uma dessas violências.
O Xerecard foi pauta da sessão da câmara de vereadores em Fortaleza hoje: pic.twitter.com/zeSsmiwQyT
— Fortaleza Ordinária (@fortalordinaria) February 18, 2021
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