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sexta-feira, 20 de abril de 2012

DISCOS. Artifício para evitar o roubo deles

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Numa loja de discos antigos, uma descoberta. Um compacto simples dos tempos em que fui discotecário. No selo, um carimbo: "Roubado da Rádio Iracema". Era um artífício para evitar os sucessivos roubos que ocorriam nos anos 70. 

Sempre estranhamos o sumiço de discos de vinil que, meses depois, vim a descobrir que fora ação de duas jovens ligadas a área de moda em Fortaleza. 

Elas visitavam sempre a emissora. Entravam com bolsas enormes e, enquanto uma nos distraía conversando, a outra escondia discos que passavam pela recepção sem que ninguém desconfiasse delas. Descobrimos a tramóia quando uma delas foi pega em flagrante na discoteca e levadas à direção fizeram o maior drama, chorando e pedindo ao Robinson Xavier de Oliveira que não as denunciasse, "seria um escândalo para família". 

Por essa época, adotamos o carimbo "Roubado da Rádio Iracema" que passou a ser marca de todo disco que chegasse a emissora. E, dessa forma, nunca mais tivemos problemas com esse tipo de roubo. O tempo passou, a rádio desfez-se de sua enorme discoteca - não sei para onde foi o acervo - e, agora, entre as pilhas de discos antigos da 'Discos Raros', na Gonçalves Ledo , 23 - descubro uma dessas raridades. O compacto de Marti Caine, lançado em 1979  com o dito carimbo identificando ter pertencido a antiga emissora nos tempos da praça José de Alencar. Carlos, o proprietário nem tinha reparado, dizendo ter adquirido de um colecionador que ele nem se recorda mais. 

3 comentários:

TONYN SOUZA-ALTANEIRA-CE-FRANCO DA ROCHA SP disse...

e ai nonato dar uma boa reportagem tentar descobrir a que fim levou estas duas ladras. se o fragrante serviu de exemplo ou se continuaram a roubar outros objetos por onde passavam.

Eduardo Valente disse...

Nem sempre que tem um disco com o carimbo de "roubado da rádio tal" participou do ilícito. Eu mesmo tenho (ou tinha) alguns com esse "selo de autenticidade" mas que foram cedidos por simplesmente não haver mais a necessidade de tê-los sobre a guarda da emissora. Quando da chegada dos CDs ninguém imaginava o valor que os discos surrados de vinil das emissoras teria hoje.

Paulla Pinheiro disse...

as moças ainda trabalham com moda?