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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ESPORTES. Crônica foi jogada de escanteio


A crônica esportiva foi colocada de escanteio. Repórteres que fazem cobertura dos jogos em nosso Estado terão que atender às medidas tomadas com relação a Copa Sulamericana, entre as quais de ficarem proibidos até de ter acesso ao campo.

A questão curiosa foi levantada por um ouvinte hoje no 'Toque Esportivo', a página esportiva do nosso 'Grande Jornal da Povo-CBN'. Jackson Guedes, de Pacatuba, estranhou não ter ouvido nada a respeito dessas restrições que vão de encontro ao trabalho dos profissionais da crônica.

CENSURA

Provocado, Sérgio Ponte diz que vê a questão com muita preocupação já que se trata de uma forma de censura ao rádio, o maior prejudicado. "Não me causará surpresa se já já não proibirem as rádios de transmitirem jogo", citou.

E as restrições, pelo visto, não se restringem apenas a jogos da Comobol, mas também em relação a própria Federação Cearense de Futebol que passa a ditar quanto profissionais terão acesso aos estádios para trabalhar em dias de jogo. Pior é saber que essa iniciativa conta com a chancela do Ceará e do Fortaleza, eles próprios que sabem da importancia do papel na mídia na existência do futebol.

Um comentário:

Mário Kempes disse...

Prezado, Nontato...
Só para esclarecer:

A Federação Cearense de Futebol não restringe nenhum profissional da imprensa de trabalhar onde quer que ele deseje. Pelo contrário, desde que assumi a assessoria de imprensa da FCF, tento de todas as formas (já que estive do outro lado) facilitar o trabalho dos colegas.

No entanto, jogos de futebol são promovidos por entidades desportivas particulares (CBF, Fifa, Conmebol, Uefa...). E estas entidades, sim, conforme acordo feito com as emissoras de TVs (que pagam fortunas pelos direitos de imagem) formulam regulamentos que favorecem a quem por direito paga pelo espetáculo.

A FCF promove algumas Competições (Copa Fares Lopes, Estadual, Sub-20) e em nenhum momento impediu ou evitou acesso de qualquer profissional de imprensa. Pelo contrário, abrimos espaço para novas mídias, como tranmissões ao vivo de jogos via internet, sem cobrar nenhum centavo.

Contudo, a tendência, pelo que observo, é que vai haver sim restrição ainda maior por parte das emissoras de TVs, que pagam muito caro para exibir uma competição (a Globo deve pagar mais de R$ 1 bilhão pelo Brasileiro de 2012). O objetivo é ter exclusividade nos eventos a qual ela paga seja por TV, Rádio, celular ou internet.

Em todo caso, falando agora sobre o acesso ao Estádio Presidente Vargas. Assim como todo local para trabalho, há um número máximo de capacidade para os profissionais da imprensa. Ceará e Fortaleza pediram apenas para que fosse respeitado essa capacidade (é de 210).

Infelizmente, o futebol virou um negócio em que envolve bilhões de reais. Antigamente, se a TV ABCDE quisesse transmitir uma partida do Nacional era só ir ao estádio e mostrar. Hj, se percebeu que essa exibição rende muito dinheiro.

E assim como a Fifa cobra uma fortuna para qualquer emissora de rádio ou tv mostrar uma copa do mundo, a tendência é que isso também aconteça num futuro próximo em campeonatos, estaduais, Brasileiros e Sul-Americano.

No caso do jogo do Ceará contra o S.Paulo, pela Copa Sul-Americana, a Conmebol é clara em seu regulamento. Não pode existir repórter na borda do campo, que não seja das emissoras de tv que compraram os direitos de transmissão. E nenhuma outra emissora de TV pode exibir imagem do jogo, que não seja a prórpia compradora do evento.

Como disse antes, futebol virou um negócio muito caro. E quem paga por isso quer usufruir ao máximo.

Felicidades e mais uma vez.

Abs.