Banco Imobiliário
Carlos Delano Rebouças
Quando criança, e lá se vão algumas décadas, via o Banco Imobiliário como um dos jogos que mais atraia o interesse da nossa geração. Não que viesse a ser mais convidativo que os demais, mas sim pela elevada capacidade de seduzir cada um de nós, da nossa turma, pelo fato de servir como uma oportunidade de conquistar algo que parecia muito distante da realidade.
O tempo passou e fui vendo quanto essa brincadeira de criança fez a diferença em nossas vidas; quanto foi importante para entender os mais diversos contextos financeiros, sociais, econômicos e políticos. Prendia-nos a atenção de tal maneira, que fazia de cada um de nós um grande investidor, um forte concorrente em mercado altamente disputado.
O tabuleiro tradicional conta com ruas e bairros de duas cidades (Rio de Janeiro e São Paulo). Já a versão "super" surge mais sofisticada. Ou seja, explora mais ruas e avenidas, traz investimentos em ações de grandes empresas e aluguéis, conta com a importante presença da Receita Federal e até do menos amado Imposto de Renda. Essa versão moderna, de fato, apresenta mais, bem mais, possibilidades que "alimentam" a disputa e instigam o desejo de conquistar, de superar os adversários.
Talvez, meus caros, não seja ela para mim a melhor versão, tampouco para a minha turminha humilde de uma época em que pouco sabíamos sobre esse mundo de negócios. Revolta ver que essa Av. Paulista, por algumas jogadas, nos pertenceu. Assusta saber que a Av. Brigadeiro Faria Lima virou, hoje, notícia de polícia e investigação nos telejornais.
Enquanto isso, Morumbi continua grande, imponente e supervalorizado; e a Av. Rebouças, sendo a eterna homenagem a esse professor que tem esse sobrenome.
