O Ceará do humor e o humor cearense perdem uma de suas figuras mais brilhantes.
Paulo Osmar dos Santos Diógenes Rocha, ou Paulo Diógenes. Que se tornaria famoso como Raimundinha, sai de cena da vida física. E adentra a dimensão da luz.
Que tinha uma alma brincalhona de expressiva nordestinidade , mesmo tendo nascido no Rio.
Como Raimundinha ele se travestia da figura feminina de afiada irreverência
Que com humor, dizia coisas que nos matavam de rir, para depois nos deixar refletindo sobre a seriedade do que ele dizia.
Foi ele sim, que inaugurou o circuito do humor na capital.
O 'boom' que levou um bocado de gente para o terreno da gaiaticem acabou se transformando em atividade profissional para muitos outros diógenes, como ele.
O riso escrachado. A piada consciente de uma crua realidade social, pedia passagem para que os fazedores da alegria não apenas se tornassem famosos no sul, dito maravilha.
O homem do humor que foi Paulo Diógenes 'matou' o bancário sem um pingo de vocação que contava dinheiro dos outros e que pediu pra licença pra sair e fumar um cigarro e nunca mais voltou.
Ganhou o palco. Ganharam os fãs. Ganhou o País uma criativa personagem que se tornou foco da luz das câmeras, por também derramar luz sobre uma população carente de riso.
Alma doce, gentil, hoje ele aposentou não só as vestes da Raimundinha, mas o corpo que ocupou por 62 anos, sendo mensageiro do humor e da Vida.
Paulo Diógenes pega o rumo da dimensão espiritual e, por ter DNA de um estudioso da doutrina dos espíritos superiores - seu pai Osmar Diógenes - segue o caminho da Luz para dar continuidade a vida que não morre.