Fui instigado por um leitor a responder se os novos profissionais que saem dos cursos de Comunicação Social, aqui no Ceará, têm alguma relação mais íntima com a leitura e o fazer jornalístico. Confesso que tenho convivido com muitos deles, advindos das últimas gerações e tenho percebido em alguns, talento e criatividade para crescerem; porém, em outros, uma certa indolência em querer se informar mais e ser melhor.
Não é só o ensino formal, a formação acadêmica, que consegue dar o ponto ideal desses jovens que estão acabando de sair do forno. Elas são necessárias para o conhecimento das técnicas e o poder de conscientização para a qual se obrigam os formandos. Escolas com formação de nível de qualidade, existem. A da UFC e a da Unifor são exemplos. Contudo, volto a insistir: esse meio profissional não está acabado, concluído. Ele se renova e se refaz a cada dia. Novos conhecimentos surgem a partir de novas descobertas. Há uma reciclagem constante. Portanto, ninguém está devidamente preparado, pronto.
Tenho acompanhado o trabalho de jovens repórteres nos jornais. Vejo o crescimento de quem busca o jornalismo impresso. Seria desnecessário citar nomes para não ser injusto com outros. Eles estão aí, no dia-a-dia. Mostrando a própria evolução da mídia escrita, a renovar-se constantemente, com o auxílio deles.
Quando se vai para algumas editorias da reportagem televisiva ou rádio-esportiva, em muitos casos há um distanciamento na maneira do buscar a melhor forma de traduzir um fato, sem comprometer-se com adjetivações indevidas; nem tampouco advérbios que acabam revelando a falta de conexão do texto. E a impressão que deixam é de que lhes falta leitura - um jornalista, no mínimo, tem obrigação de ler mais de um jornal ou ver mais de um telejornal para fazer comparações com seu próprio trabalho.
Nesse meio, sabe-se de casos de maus profissionais, que se acham acima do bem e do mal e se melindram diante de uma crítica positiva, em busca de aperfeiçoar o seu fazer jornalístico. São aqueles que, sem humildade, não sabem aprender; sem compromisso, não desejam ser corregidos e, sem vocação, estão de passagem numa atividade que, muito bem, pode se tornar bastante fugaz para aqueles que não tem o menor talento. E somem tão rápido quanto surgiram.