A Rede Globo vem registrando alguns pontos em que a investigação do escândalo da Fifa poderá se refletir na própria emissora.
No "Jornal da Globo" desta quarta (29), anota que "não pesam acusações ou suspeitas sobre as empresas de mídia de todo o mundo que compraram desses intermediários os direitos de transmissão", caso da Globo.
Ou, já em versão enxuta no "Bom Dia Brasil" e "Hoje" de quinta, "sobre essas empresas de mídia não pesam acusações ou suspeitas".
Em breve editorial lido por William Bonner no "Jornal Nacional" de quarta, citou-se a si mesma: "A TV Globo, que compra os direitos de muitas dessas competições, só tem a desejar que as investigações cheguem a bom termo e que o ambiente de negócios do futebol seja honesto".
E completou: "Isso só vai trazer benefícios ao público, que é apaixonado por esse esporte, e às emissoras do mundo todo que, como a Globo, fazem esforço enorme para satisfazer essa paixão".
A emissora também citou a si mesma ao tratar de José Hawilla, pivô do escândalo: "Hawilla também é acionista da TV TEM, uma das afiliadas da TV Globo".
A relação com Hawilla é mais extensa, não só pela aquisição dos direitos de transmissão e pela TV TEM, mas em outros negócios.
A TV TEM é a maior rede de afiliadas da Globo no interior paulista, em extensão, com base em cidades como São José do Rio Preto e Sorocaba e canais adquiridos junto à própria Globo, 12 anos atrás.
Tem um faturamento anual de cerca de US$ 300 milhões, segundo estimativas de mercado, aproximando-se de redes nacionais como a Band.
Como Hawilla declarou, a Globo foi sua sócia da TV TEM, com 10% do negócio, ao menos nos primeiros anos.
Entre outros negócios, o vínculo da Globo com Hawilla se estende à própria programação nacional da rede.
A produtora TV 7, que é parte da Traffic do empresário, realiza entre outros programas o "Auto Esporte" e o "Pequenas Empresas, Grandes Negócios".