Sabe aqueles atores que a gente nem sempre guarda o nome dele, mas tem um profundo respeito pela maneira como ele se porta na profissão? Pois Elias Gleiser é um deles. Ele nos deixou hoje, depois de 81 anos de existência física. Morreu em consequência de um trauma.
Há algumas semanas sofreu uma queda, quebrou cinco costelas e perfurou o pulmão. O ator era um solteirão e não deixa filhos.
Elias Gleizer, que era judeu, nasceu em 4 de janeiro de 1934, em São Paulo, filho de imigrantes judeus poloneses, de pai sapateiro e mãe dona de casa. Seu nome de batismo, segundo ele, sempre gerava problemas na hora da pronúncia.
"Quando estou em uma repartição pública, na hora da entrega do documento, eles começam: 'Pedro de Oliveira, Antonio de Souza, Joaquim Gonçalves...' Quando percebo uma pausa de dois minutos, falo: 'Sou eu'. Meu nome é Ilicz. Costumo dizer que houve só três Ilicz no mundo: Ilytch Tchaikovsky, Vladimir Ilyich Lênin e Ilicz Gleizer", disse o ator ao site Memória Globo.
Elias Gleizer começou a carreira na TV Tupi, nos anos 1950, onde fez mais de 20 novelas. Na Globo, Gleizer iniciou em 1984, a convite de Walther Negrão, para atuar em "Livre para Voar", e se destacou em várias novelas e minisséries como "Direito de Amar" (1987), "Fera Radical" (1988), "Tieta" (1989), "Explode Coração" (1995) e "Chiquinha Gonzaga" (1999). Seus mais recentes trabalhos, além da participação em "Boogie Oogie", foram "Flor do Caribe" (2013), "Terra Nostra" (1999), "Sinhá Moça" (2006) e "Passione" (2010).
(Texto em courier da UOL)