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sábado, 11 de agosto de 2012

DIA DOS PAIS. Elegia para quem vive na luz


Ele esteve conosco por 84 anos
Quanto mais envelhecia, mais jovem se fortalecia no saber
Quanto mais sabia, menos se fazia vaidoso disso
Porque os sábios entendem de humildade 
como os humildes entendem de sabedoria. 
Assim é meu pai. Circunstancialmente transferido 
a uma dimensão de luz, de onde provém todos os humanos seres. 
Quando felicitados na missão de paternidade, 
eles adquirem uma aura de respeito - se fizerem por onde merecer 
e recriam a Vida que a divina providência outorga-lhes 
nesse mister misterioso ato de compartilhar a criação. 
São os pais que tonificam a humanidade de novas esperanças
ao trazer da pátria de origem os novos seres. 
Estes, capacitam-se ao trabalho de aprender de novo 
a sagrada virtude da experiência terrena 
e a devotar aos seus responsáveis, o élan de gratidão pela vida. 
Meu pai Mário, hoje estabelecido em uma dimensão de luz, 
nem por isso deixou de visitar-nos. 
Em sonhos ele reaparece, quase sempre, e num deles, 
confortado e comovido, traçou-me uma ideia do além: 
"Morrer não dói", dizia-me entre um abraço apertado 
e o cheiro dele, que filho algum deixa de lembrar. 
Neste domingo, em que os homens comercializam mais uma data, 
reitero a convicção de que ele existe. A vida é plena. O amor é eterno. 
E, mais dia menos dia, qualquer tempo desses, há um reencontro. 
É quando, uma vez seguinte, a gente vai dizer 'obrigado'. 
Por ter sido ele o responsável por me trazer à experiência física. 
Por ter sido eu, aprendiz de tudo o que ele, mestre, me deixou. 
Paz pai. Pai, paz.