"Alô, dona de casa:. vai passando a tapioca saborosa. Por apenas 35 centavos. Eu falei 35 centavos cada uma..."
Todo santo dia, a gente acorda com esse anúncio do vendedor de tapiocas. É a primeira peça de publicidade do dia novo que chega, hoje bem distante dos tempos em que os galos nos acordavam.
Bateu uma curiosidade: quem é esse vendedor anônimo que, de repente, utiliza-se dessa estratégia de marketing para ganhar a tapioca de cada dia? Quem produziu essa pequena peça de propaganda que vai gravada em sua bicicleta e é voz de convocação, cujo timbre alia-se aos melhores predicados e regras de qualidade?
"Alô, dona de casa!" é a confirmação de que o bom vendedor tem que martelar seu produto todo dia com essa espécie de 'mantra' comercial. Assim, os negócios rendem e vendem. E a cidade acorda com esse sucedâneo do saudoso senhor dos quintais.
FALANDO NISSO
Fátima Abreu disse: 'A propaganda de rua não poluente, rica em criatividade e, sobretudo, de coragem e determinação dos que dela sobrevivem. A maioria de nós poderia mirar nesse sentido para fortalecer o mercado nas mídias, não é verdade? Como o rapaz da tapioca, lembro também dos que vendiam sorvete baratinho "Traga a vasilha..." lembra? E ainda, o impecável tilim do vendedor de "chegadinha", tão marcante quanto o "plim plim" da Globo! Voltando mais ainda no tempo, quando menina sempre corria atrás do vendedor de cuscuz paulista: "Olha o paulista..." A criatividade nossa não tem preço, tem ideias e humor de sobra. E por falar em bom humor, sempre lembro da sua gargalhada. Ou melhor, das nossas gargalhadas. Tenha um dia feliz, amigo Nonato.
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