A morte da jornalista cearense Júlia Ionele é um daqueles casos que impressionam, pela mudança de dimensão a que ela faz aos 31 anos de idade, "após um difícil tratamento contra um câncer".
Admirador que sou dos textos de Cláudio Teran, aproveito o registro para ceder a ele o panegírico que ele faz dessa presença tão importante para amigos do ofício do fazer jornalístico, num texto no qual expõe a alma gentil da Júlia e o vazio que essa ausência vai ensejar entre nós.
Cláudio Teran
É tão estranho. Os bons morrem jovens. Só tinha 31 anos. Tudo na menina jornalista
foi efêmero, veloz como sua existência.
Eu a conheci estudante. Lutando em busca
do lugar ao sol. Conseguiu. Fomou-se. Fez o
TCC trabalhando na assessoria de políticos.
Aquele rosto de garota no corpo de mulher,
aparentando sempre menos idade que tinha,
a adulta que parecia criança. "Estou velhinha
Teran, vocês é que não notam", dizia.
Me acostumei a ve-la na assessoria da hoje
Senadora Augusta Brito. Augusta deu a mão
às moças e moços. Formou uma assessoria
de jovens. Um time de amigos que saiam
juntos. Julia encontrou seu lugar ao sol.
Estava em tratamento de câncer, mas eu
não sabia. Nosso contato quando Julinha
saiu da Assembleia, virou coisa rara.
Aqui e ali nos esbarrávamos por aí na
labuta em fim. Não lembro quando a vi
pela última vez nas estradas da vida.
Que a luz da Júlia, tão efêmera quanto
veloz brilhe onde o mistério nos impede
de saber. E não permite compreender.
Renato Russo deixou o epitáfio:
J/nsrtooSpd01l9ula9u54133971c02g IONELE SE
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