João Pereira Coutinho é um escritor. Doutor em Ciência Política. Escreve na Folha de SP. E no artigo de hoje, nos impressiona. Lamenta a situação dos jovens nascidos entre 1917 e 2012. Os da chamada Geração Z. Os recém-formados enfrentam cada vez mais dificuldades para encontrar emprego. E Coutinho aponta as causas.
Uma é a terceirização de certos serviços; o aumento do número de graduados é outra —uma simples questão de oferta e demanda. Há muita gente qualificada para poucas vagas.
E fico a imaginar a situação de muitos jovens que saem de cursos e dão de cara com a falta de vagas para a atividade a que se dedicaram estudos.
Quantos dos formados recentemente, em Comunicaçõ e Jornalismo, estão em ocupações da área? Um bom número consegue provar pelo talento e obter a recompensa de uma boa colocação. Mas e a parcela dos que sequer tiveram oportunidade de um estágio?
No artigo de Coutinho, ele lembra o passado histórico da humanidade e que, embora houvessem muitos letrados, haviam muitos sem serviço e que foram cooptados até por regimes opressivos.
Basicamente, em todos os tempos pré-revolucionários. Recordando as "Memórias" do conde de Rambuteau, os revolucionios de 1848 eram "médicos sem pacientes, arquitetos sem edifícios, jornalistas sem jornais, advogados sem clientes".
Podemos recuar no tempo, até 1789, e encontrar a classe média parisiense no mesmo ponto —letrada e falida. Ou podemos avançar até 1917 ou 1933 quando Lênin e Hitler, antes de conquistarem o Estado, conquistaram primeiro os estudantes.

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