Artigo de Nonato Albuquerque
O dramaturgo Paulo Pontes tornou notável a expressão "Brasileiro: profissão esperança". Porque nunca se viu um povo tão vocacionado ao sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja, como o nosso. E se a crença colabora com essa expectativa de que "a esperança é a última que morre", o que se chama de fé é, na verdade, um colorário dessas ideias de que, um dia, tudo vai dar certo.
Estamos com todo esse arrodeio pra falar da ascensão dos novos presidentes da Câmara e do Senado, eleitos no sábado, em meio - e aí vem a palavra - esperança de que o discurso bonito que eles fizeram - principalmente o mais jovem, Hugo Motta - possa ser aplicado na prática nos dias que virão.
Motta parecia ter incorporado o espírito de luta do velho Ulysses Guimarães, ao lembrar a sua luta para a consolidação da Constituição, a ponto de repetir o gesto do saudoso líder, erguendo a nossa carta magna e jurando aplicar-se ao dever constitucional.
Bendita seja a sua oratória de esperança, muito embora a gente saiba que a maioria desses políticos dizem uma coisa e fazem outra quando mais era preciso dar-lhe prática. Mas não sejamos pessimistas. Na caixa de pandora que é nossa mente, o brasileiro já perdeu quase tudo. E se a gente vasculhar bem, ali num cantinho da memória dorme esperançosa - dona esperança. Como bem dizia Nelson Mandela: a esperança é uma arma poderosa e nenhum poder no mundo pode privar-te dela.
Lido no JJ da Jangadeiro Band News
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