Como culturalmente se define sucesso em nossa sociedade? Quais fatores contribuem para que possamos dizer, em alto e bom tom, que nos sentimos realizados?
É claro que a relação salário-cargo vai predominar, vai pesar bem mais no momento de construir essa definição. Ora! E alguém enxergaria outro elemento, outra razão para não sê-lo?
Por outro lado, em outras visões, não é bem assim... Para muita gente, existem razões mais assertivas para edificar essa visão de sucesso profissional. Motivos que vão além da relação do que se ganha com a posição que se ocupa. Essa preocupação com o status parece ficar em segundo plano quando se enxerga outros pontos importantes que contribuem para uma maior e melhor qualidade de vida.
Alguém que nos lê nesse momento conhece ou já conheceu uma pessoa que não se importou com o salário ao receber uma "promoção" para um cargo de liderança, sem querer enxergar que em nenhum momento significava reconhecimento, e sim exploração?
Há quem acredite que precisamos trabalhar muito (muitas horas) para sermos chamados de trabalhadores e merecedores do sucesso. Há também critique aqueles que escolhem dividir seu tempo com outras necessidades tão importantes quanto, por exemplo, o estudo, o lazer, a família etc. Entende que existe importância em outros fatores além de 8, 10, 12 ou 14 horas apenas dedicadas ao trabalho.
Nossa torcida é para que um dia possamos, empregado e empregador, ressignificar o conceito no trabalho. Que se possa entender que ele seja construído não apenas com a relação salário/cargo, mas também com remuneração justa e bem-estar muito além dos interesses organizacionais.
Carlos Delano Rebouças é educador profissional
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